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Internacional
Segunda - 12 de Janeiro de 2009 às 08:43

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O governo israelense adiou em pelo menos um dia a visita prevista para esta segunda-feira de um alto funcionário do ministério da Defesa de Israel, Amos Gilad, ao Cairo, Egito, para discutir um eventual cessar-fogo em Gaza. Segundo as Forças de Defesa israelenses, os ataques de foguetes do movimento islâmico radical Hamas caíram 50% após 17 dias da grande ofensiva militar contra alvos do grupo na faixa de Gaza.

O chefe da inteligência israelense, major general Amos Yadlin, afirmou neste domingo (11) ao gabinete --composto pelos ministros de Israel-- que a habilidade do Hamas lançar foguetes contra o território israelense reduziu drasticamente graças à ofensiva militar comandada pelas Forças de Defesa na faixa de Gaza.

Iniciada no último dia 27, a operação bombardeou centenas de alvos ligados ao Hamas e agora avança sobre áreas urbanas de Gaza com um saldo de ao menos 890 palestinos mortos, muitos dos quais civis. Segundo Israel, a ofensiva militar foi lançada justamente para cessar o lançamento de foguetes pelo Hamas contra seu território.

Segundo o jornal israelense "Haaretz", Yadlin afirmou aos ministros que o Hamas sofre com a falta de armas e foi afetado pela morte de importantes líderes.

Contudo, Yadlin afirmou que o grupo não deve recuar ou propor um cessar-fogo. Na manhã desta segunda-feira, segundo o jornal israelense "Jerusalem Post", foguetes Grad atingiram a região de Kiryat Gat, atingida pelo Hamas pela primeira vez desde o início da ofensiva. Outros dois foguetes Qassam atingiram a área de Shaar Hanegev, sem deixar feridos.

Neste domingo (11), segundo o "Hareetz", ao menos 22 foguetes foram lançados da faixa de Gaza contra o território de Israel, um dos quais atingiu o playground de uma escola vazia em Ashdod. Já no sábado (10), ao menos 21 foguetes atingiram Israel, desta vez ferindo 14 pessoas.

O chefe do Shin Beth, o serviço de segurança interior, Yuval Diskin, afirmou ao gabinete que muitos moradores de Gaza estão furiosos com o Hamas por trazer o desastre a Gaza.

Trégua

Enquanto o Egito afirma que o Hamas está disposto a uma trégua, Israel adiou em pelo menos um dia a ida do general da reserva Gilad, principal conselheiro do ministro da Defesa israelense, Ehud Barak, ao Cairo, onde se reuniria com o chefe do serviços de inteligência egípcio, Omar Suleiman, homem chave nas negociações.

O Egito tentou no domingo convencer o grupo radical palestino Hamas a aceitar um cessar-fogo em Gaza, antes de qualquer negociação.

De acordo com a rádio pública israelense, o governo de Israel optou pelo adiamento da visita de Gilad para aumentar a pressão militar sobre o enfraquecido Hamas.

Diplomacia

Com a recusa de ambas as partes em aceitar o pedido, na quinta-feira (8), do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) por um cessar-fogo imediato, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon tenta negociar um novo acordo com a Liga Árabe.

Ele deve chegar na próxima quarta-feira (14) ao Cairo, onde deve se reunir com o secretário-geral da Liga Árabe, Amre Moussa, para analisar a situação na faixa de Gaza, informou a agência estatal egípcia Mena.

A agência, sem citar fontes, disse que, em sua entrevista, Moussa e Ban analisarão a situação em Gaza após a resolução 1860 do Conselho de Segurança da ONU. Apesar desta resolução, que foi aprovada com a abstenção dos EUA, os combates continuaram em Gaza, e Ban expressou sua "decepção" pela manutenção da violência na região.

As autoridades egípcias não informaram ainda das outras atividades que possam ser realizadas pelo secretário-geral da ONU durante sua estadia no Cairo. A Liga Árabe anunciou nesta segunda-feira que está estudando a convocação de uma reunião ministerial extraordinária para analisar a situação em Gaza.

Bombardeios

A Força Aérea de Israel bombardeou 12 alvos na faixa de Gaza durante a madrugada desta segunda-feira, o menor número de ataques desde o início da operação contras o Hamas há 17 dias.

Israel atacou depósitos de armas nas casas de ativistas do Hamas, túneis de contrabando e elementos armados, informou um porta-voz militar,

Desde o início da operação, o Exército israelense realizou uma média de 40 ataques aéreos por noite na faixa de Gaza.

Os ataques desta madrugada deixaram militantes do Hamas mortos, informou o Exército israelense, que não soube precisar o número.

Israel aumentou neste domingo a presença de reservistas em Gaza, no que parece um sinal de que a operação entrará em breve em sua terceira fase, que consistiria em mais forças e maior avanço sobre centros-chave da faixa de Gaza.

A primeira fase foi o lançamento da ofensiva, em 27 de dezembro do ano passado e a segunda a invasão terrestre de Gaza, no último dia 3.





Fonte: Folha Online

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