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Polícia Brasil
Sexta - 09 de Janeiro de 2009 às 15:34

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A Polícia Militar está no centro de uma polêmica. Nos últimos dias, aumentaram as denúncias de truculência e até tortura. As vítimas contam que viveram momentos de terror durante abordagens de PMs. Ferimentos na cabeça, tórax, pernas, punhos e cotovelos.

Um estudante de dezoito anos que não quis se identificar disse à equipe de reportagem da TV Centro América que foi agredido por policiais militares no último fim de semana. "Não podemos confiar nem nos próprios policiais. Eu vou confiar em quem?", questiona.

De acordo com a vítima, os policiais estavam atrás de uma pessoa que teria feito disparos com uma arma de fogo em frente a uma casa no Bairro Tancredo Neves, em Cuiabá. O estudante conta que os PMS chegaram de madrugada na casa, arrombaram o portão e o levaram para uma estrada de terra.

No local o estudante teria levado pontapés e choques elétricos e atingido por spray de pimenta nos olhos."Agora eu quero justiça. Que eles sejam punidos por isso porque eu não sou malandro e nem bandido. Eu não estava fazendo nada, simplesmente, eu estava dormindo em minha casa.

Este seria o quarto caso de agressão envolvendo policias em menos de sessenta dias na Grande Cuiabá. Em dezembro um frentista e uma mulher grávida de sete meses afirmaram que foram espancados por PMS. Na última segunda feira um operador de empilhadeira disse que teve duas costelas quebradas por policiais militares.

O advogado do estudante agredido, Marlan Ferreira, disse que já procurou a corregedoria da policia civil e o Ministério Público para denunciar o caso. Para ele, só com mandado judicial é que a polícia pode invadir residências. "A forma correta seria por mandado judicial ou por flagrante delito até porque sabemos que ninguém pode ter seu domicílio invadido salvo nesses dois casos durante o dia", informa.

O Comandante da Polícia Militar em Mato Grosso, Coronel Campos Filho concedeu entrevista nos estúdios do MTTV 1º desta sexta feira. Ele ressaltou que a Polícia Militar após o recebimento dessas denúncias determina a abertura de procedimento administrativo onde todas as circunstâncias das ocorrências são apuradas para verificar se houve excesso ou arbitrariedade ou por parte dos PMs ou da vítima.

Questionado sobre o não afastamento dos policiais suspeitos de praticar tortura, o comandante ainda disse que a legislação brasileira não permite que "nenhum cidadão deva ser pré-condenado antes do direito de defesa e do contraditório", informa.

Segundo ele, a Polícia Militar atendeu em 2008 pouco mais de 107 mil ocorrências em todo Estado sendo que dessas, 262 casos, resultaram em denúncias de tortura praticadas por PMs durante abordagens a cidadãos.

Para Campos Filho, "isso representa 0,04% - menos de meio porcento - no total de ocorrências. A veracidade das denúncias devem ser apuradas para que depois as providências sejam tomadas", ressalta. O coronel ainda informou que no ano passado, 38 policiais foram afastados das funções ou excluídos da carreira militar.





Fonte: Redação TVCA

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