Alimentos têm a maior alta desde 2002, diz IBGE
Os alimentos tiveram, em 2008, a maior alta em seis anos, com inflação de 11,11%. O resultado fica abaixo dos 19,47% observados em 2002. Naquele ano, os produtos alimentícios foram fortemente impactados pelo choque cambial. A coordenadora de Índice de Preços do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Eulina dos Santos, explicou que a significativa alta dos alimentos reflete a disparada das commodities agrícolas no mercado internacional, que se refletiram no mercado interno. Tudo isso aliado ao aumento da demanda, tanto no mercado doméstico quanto no externo.
"O comportamento da inflação em 2008 é semelhante ao de 2007.As causas são parecidas, com a diferença de magnitude observada no ano passado", afirmou Eulina.
O auge da pressão das commodities agrícolas foi notado no segundo trimestre de 2008, quando a inflação subiu 2,09%, ante 0,81% em igual período no ano anterior. No segundo semestre, a pressão dos alimentos arrefeceu, levando a inflação para patamares mais baixos do que vinha sendo observado. No primeiro semestre, os produtos alimentícios subiram 8,65%, e desaceleraram para 2,27% na metade final de 2008.
"A queda das commodities foi consequência dos efeitos da crise internacional. Pela ótica da inflação, pode-se considerar que a crise vem sendo benéfica', observou a economista. Ela lembrou que o impacto dos alimentos ficou concentrado entre o segundo semestre de 2007 e de janeiro a junho do ano passado, quando a alta acumulada foi de 15,79%.
Entre os alimentos, a maior alta notada no ano passado foi do tomate (108,32%), seguido pelo feijão preto (65,48%), carne seca (35,91%), arroz (33,95%), carnes (24,02%) e o pão francês (19,35%). Ao mesmo tempo, as principais quedas foram observadas no feijão carioca (-29,50%, depois de alta de 144,42% em 2007), batata inglesa (-18,23%), leite condensado (-10,16%), leite em pó (-9,96%) e iogurte (-2,09).
Em dezembro, os alimentos tiveram elevação de 0,36%, com destaque para o tomate (34,11%), cebola (11,08%), cenoura (7,75%), pescados (3,28%) e hortaliças (2,39%).
"Os alimentos in natura foram os que mais subiram em dezembro, pelas variações climáticas", destacou.
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