Aviários de Nova Marilândia buscam se adequar às novas exigências
Terceiro maior produtor de aves do Estado, o município de Nova Marilândia (distante 392 km a Médio-Norte de Cuiabá), inovou pelo alcance econômico e social dos investimentos no setor. Porém, seguindo as determinações da Instrução Normativa 056/2007, alguns aviários terão que se adequar às exigências principalmente nas questões sanitárias - controle de pragas, programas de limpeza e desinfecção, análise física, química e bacteriológica, entre outras – e estruturais até o final deste ano, quando está prevista a inauguração do frigorífico na cidade. Para isso, o gestor do MT Regional, José Aparecido dos Santos, reuniu-se nessa quarta-feira (07.01) com técnicos do Indea, o prefeito eleito de Nova Marilândia, Juvenal Silva, representantes da diretoria da Perdigão, além de avicultores da região.
“Hoje a atividade é principal fonte de economia do município e contamos com mais de 100 aviários. A cada 45 dias mais de 1,5 milhão de aves são abatidas, hoje, no frigorífico de Nova Mutum. Nossos aviários foram construídos antes da normativa e por isso, precisamos de tempo para nos adequar às novas exigências”, disse José Aparecidos dos Santos, ao destacar que uma nova reunião já foi agendada para o próximo dia 23, às 9 horas, em Nova Marilândia. “Temos que apresentar ao Indea e à Perdigão nossa proposta de reestruturação e isso deve ser feito obrigatoriamente junto aos produtores que são os principais interessados”, concluiu.
Para atender as exigências da IN 056/2007, o grupo pretende apresentar ao Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea) um Termo de Compromisso e ajuste com cronograma de execução com prazo e ações determinadas. De acordo com Cidinho, o projeto de avicultura de Nova Marilândia é considerado modelo pelo alcance econômico e social atingido em oito anos de existência. São milhares de empregos diretos e indiretos absorvendo a mão de obra remanescente da extinta atividade garimpeira que deixaram grandes áreas degradadas e uma alta taxa de desemprego na região.
A avicultura foi uma das alternativas encontradas para fomentar o crescimento da cidade, que tem sua economia baseada na agricultura e pecuária de corte. Através de uma parceria entre a Prefeitura, Governo do Estado e o Incra, foi implantada no município, atividade avícola, que representou uma grande alternativa para geração de renda e socorreu as famílias que viviam dos garimpos. À época a Prefeitura adquiriu áreas onde foi implantado o projeto Casulo São Francisco (hoje com 44 aviários) e o Projeto Casulo Vila Nova (com mais 33 unidades de produção).
“Todas as áreas ocupadas pelos aviários do Projeto Casulo fazem parte de um projeto ambiental uma vez que as áreas estavam degradadas pela extração garimpeira. Algumas áreas foram reflorestadas com mudas nativas e as margens dos rios estão sendo preservadas”, explicou o prefeito Juvenal Silva.
PARCERIA DE SUCESSO - Hoje, cada uma das famílias assentadas nas áreas adquiridas pela Prefeitura recebe, em média, R$ 2 mil líquidos a cada 50 dias — tempo entre a chegada dos pintinhos e a saída para o frigorífico. No restante da área, plantam produtos para subsistência e já começam a pensar em ampliar a produção de aves. O grupo Perdigão, além de comprar 1,5 milhão de frangos produzidos a cada 45 dias, também recolhe as aves, fornece remédios, insumos e toda a assistência técnica.
Os granjeiros entram com trabalho, energia elétrica e pagam parte dos custos com o transporte das aves que são levadas para Nova Mutum, onde são abatidas no frigorífico da empresa. No total, as famílias assentadas investiram cerca de R$ 38 mil, boa parte financiada pelo Pronaf (programa de crédito do governo) com juros de 2% ao ano.
FUTURO - Com inauguração prevista para dezembro, o frigorífico que está sendo construído pela Perdigão em parceria com a União Avícola nos arredores da cidade de Nova Marilândia trará um novo ritmo na produção de frangos na região. A abertura de mil novos postos de trabalho diretos e mais cerca de 3 mil indiretos, segundo estimativas da Prefeitura, trará trabalhadores dos outros 14 municípios da região. Além da abertura de novos negócios, especialmente no comércio.
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