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Nacional
Quinta - 08 de Janeiro de 2009 às 11:20

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O promotor Antonio Nobre Folgado afirmou nesta quinta-feira que é "impossível" que Lindemberg Alves, 22, não seja levado a júri popular. Em outubro do ano passado, o rapaz manteve a ex-namorada refém por aproximadamente cem horas em Santo André (Grande São Paulo), e hoje a Justiça ouve depoimentos do caso, que terminou com a morte da menina.

Segundo o promotor, laudos do IC (Instituto de Criminalística) anexados ontem ao processo mostram que não houve tiro no apartamento onde ocorria o cárcere privado antes da invasão do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais, da Polícia Militar). No desfecho, Eloá Cristina Pimentel, 15, foi baleada na cabeça por Lindemberg e não resistiu aos ferimentos. Nayara Rodrigues, amiga de Eloá e que também estava no imóvel, ficou ferida.

O promotor afirma que a conclusão do laudo é irrelevante porque, para ele, Lindemberg havia premeditado o crime. Ele disse que vai insistir na acusação de homicídio duplamente (motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima) contra Eloá, tentativa de homicídio contra Nayara e contra um policial militar, cárcere privado contra cinco pessoas, além de posse e disparo de arma de fogo.

A expectativa do promotor é de que o juiz José Carlos de França Carvalho Neto, da Vara do Júri e Execuções Criminais de Santo André, decida ainda hoje se Lindemberg será ou não levado a júri. Caso isso aconteça, Folgado diz acreditar que o júri ocorra dentro de três meses.

Depoimentos

Nesta quinta serão ouvidas pessoas arroladas pela defesa e pela acusação, além de Lindemberg.

Nayara "[iniciou os depoimentos]", por volta das 9h20, sem a presença do acusado.

Entre as testemunhas de acusação também estão dois amigos das vítimas, que foram rendidos no início do cárcere privado. Entre as pessoas arroladas pela defesa de Lindemberg estão cinco policiais militares.

Cárcere privado

Inconformado com o fim do namoro de mais de dois anos, Lindemberg decidiu render a ex-namorada no dia 13 de outubro, ao invadir o apartamento dela, em um conjunto habitacional do Jardim Santo André, em Santo André.

Na ocasião, Eloá estava em companhia de três amigos --dois garotos liberados no mesmo dia e de Nayara que, apesar de ter sido libertada 33 horas depois, retornou ao apartamento no dia 16 de outubro.

No desfecho do caso, a polícia invadiu o apartamento, alegando ter ouvido um tiro de dentro do imóvel e porque o comportamento de Lindemberg naquele dia estava bastante agressivo. O rapaz atirou contra Eloá e Nayara, causando a morte da ex-namorada e ferindo a amiga dela na boca.

De acordo com o TJ-SP, Lindemberg responde pelos crimes de homicídio qualificado (motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima), tentativa de homicídio (contra Nayara), cárcere privado e disparo de arma de fogo. Ele permanece preso em Tremembé (147 km de São Paulo) e, nesta quinta, acompanha os depoimentos.





Fonte: Folha Online

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