Poderoso Ford Edge chega ao Brasil com preço salgado
A sorte costuma mudar de lado, felizmente. Quando o Brasil assinou com o México um acordo de isenção de Imposto de Importação, uma das primeiras marcas a se beneficiar foi a Ford, que já tinha quase pronto o projeto do Fusion naquele país. A importação do sedã tem trazido muitos dividendos à marca, já que ele chega na faixa de R$ 80 mil, oferecendo preço imbatível para quem procura um sedã executivo. A GM não teve a mesma sorte, e até agora procura uma opção para combater o Fusion.
Mas por que estamos aqui falando de sedãs? É só para explicar que no caso dos crossovers a sorte não bateu à porta da Ford, e sim da GM, que acaba de lançar o Chevrolet Captiva com grande sucesso. Feito no México, ele chega a partir de R$ 93 mil. Como esse é um dos segmentos que mais cresce no país, a Ford percebeu que não poderia ficar de fora, com ou sem sorte. O Edge, crossover derivado do Fusion, é feito no Canadá, ou seja, não escapa da taxação de 35% sobre a qual incidem todos os outros impostos. Resultado: chega ao Brasil custando R$ 149.700, ou R$ 158.530 com teto solar panorâmico. Ele é maior e mais equipado que o Captiva, mas será que tem argumentos suficientes para atrair os consumidores?
Nossa análise começa no campo de provas. Para um carro de duas toneladas e 4,72 metros de comprimento, o Edge mostra grande agilidade, uma mudança da água para o vinho em relação ao velho jipão Explorer. Anda quase igual ao Captiva, que é 200 kg mais leve e 14 cm mais curto. O motor Duratec 3.5 V6 de 269 cv não nega fogo e trabalha em fina sintonia com o câmbio automático de seis marchas, sem opção de trocas manuais. O torque de 34,6 kgfm é despejado de forma gerenciada para as rodas dianteiras – ou para as quatro, dependendo da solicitação – também sem nenhuma interferência do motorista. Apenas o controle de tração pode ser desativado por um botão no painel.
Aliás, esse é o conceito de um crossover de luxo como o Edge: funcionar como um carro de passeio, e não como os jipes mais rústicos, repletos de comandos à disposição do motorista. O Edge faz tudo sozinho caso você resolva encarar terrenos um pouco mais complicados. Não é nem de longe um modelo para encarar trilhas. Um aparato eletrônico trabalha em silêncio para garantir segurança em curvas e pisos escorregadios, compensando os exageros de peso e altura do carro. Por isso ele conta com um avançado sistema de controle de estabilidade (ESC) e até de rolagem da carroceria (RSC). Constatamos na prática como ele é firme em curvas e como isola a cabine das irregularidades do piso.
O desenho é mais arrojado que o do Fusion, do qual utiliza a plataforma. Talvez seja um dos seus maiores trunfos. Os outros são o espaço e o nível de equipamentos. Ele não tem sete lugares, como o crossover Dodge Journey (outro mexicano, de R$ 99 mil), mas tem espaço de sobra para cinco pessoas e um belo porta-malas para alegados 908 l. Uma solução interessante são os bancos traseiros com encostos reclináveis. A tampa do porta-malas tem abertura e fechamento automáticos, com sensores de obstáculo. E os bancos traseiros podem ser rebatidos por botões na área de carga. Entre os mimos, destaque para a tela multimídia no centro do painel, do tipo touch screen, já com sistema de navegação e jukebox para armazenamento de músicas. Alguns dos comandos podem ser feitos no volante.
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