Detento é espancado e morre sem socorro
A cela, onde a vítima estava, era destina aos evangélicos, que são batizados na religião ou converteram-se após serem presos. Segundo o relato de uma fonte, Dorciley aproveitou que todos estavam dormindo para ir ao banheiro, com um colega de cela, e os dois acabaram surpreendidos pelos demais reeducandos.
Revoltados, os presos evangélicos agrediram Dorciley com muros e chutes. Ele ficou desacordado e horas depois foi encaminhado ao Pronto-Socorro Municipal de Várzea Grande. No hospital, não chegou a receber atendimento, porque já estava morto.
Dorciley respondia processos pelos crimes de furto e roubo a mão armada. Ele é de Colniza (1.065 km ao noroeste de Cuiabá) e foi transferido para Várzea Grande porque a Justiça solicitou exames psicológicos, que são realizados apenas na Capital.
O caso será investigado pela Delegacia de Homicídios de Proteção a Pessoa (DHPP), que ouvirá todos os presos que dividiam a mesma cela com a vítima, para poder determinar envolvidos no espancamento, que alegam que Dorciley caiu e bateu a cabeça no chão.
Os dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública, divulgados no dia 16 deste mês, mostram que cumprem pena no local 402 pessoas, sendo que a capacidade é 192. O número de detentos é 100% superior a quantidade considerada estável.
Em menos de 15 dias, é a segunda vez que os presos do local fazem algum tipo de tumulto. No dia 16 de novembro, houve um princípio de motim. Um reeducando agrediu a mãe no horário de visitas.
A situação revoltou os demais presos, que queriam "tomar satisfações" do agressor após o horário. Policiais Militares foram acionados para garantir a segurança dos servidores da cadeia, bem como do preso, que para evitar o conflito, precisou ser transferido.
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