Cafeína tem efeito maior em homens, afirma pesquisa
Uma xícara de café forte tem um efeito maior em homens do que em mulheres, segundo uma pesquisa da Universidade de Barcelona publicada na revista especializada Progress in Neuro-Psychopharmacology & Biological Psychiatry.
Esse é o resultado de um estudo feito com 668 voluntários saudáveis. No trabalho, uma xícara de expresso aumentou o estado de alerta dos homens mais do em mulheres, embora elas também tenham sentido o efeito da bebida. Por outro lado, as mulheres se mostraram mais sensíveis a uma xícara de café descafeinado.
No estudo, os cientistas pediram aos voluntários que bebessem uma xícara de expresso com 100 mg de cafeína ou um expresso descafeinado, com 5mg de cafeína.
Os pesquisadores então observaram as mudanças no estado de alerta dos voluntários (menor sonolência e maior grau de atividade) em intervalos de 10, 20 e 30 minutos, em períodos da manhã e da tarde (11h, 13h, 16h e 18h).
Genes
Tanto homens como mulheres tiveram aumento em seus níveis de atividade depois de beber o café e, em alguns, os efeitos começaram a ser imediatamente após o consumo.
Segundo a pesquisadora-chefe Ana Adan, “embora tanto homens como mulheres tenham tido um aumento nos seus níveis de atividade com o (consumo) de café, que aumentou ao longo das medições, observamos um impacto maior nos homens”.
A pesquisadora disse que “vários estudos demonstraram os efeitos estimulantes da cafeína, mas nenhum deles observaram os efeitos em termos do sexo do consumidor”.
Segundo os pesquisadores, 45 minutos é o tempo necessário para que a concentração máxima de cafeína chegue ao sangue, mas apenas depois de alguns minutos, é possível chegar à metade deste nível.
Outra novidade apontada pelos pesquisadores foi o dado de que o café descafeinado também teve efeito semelhante, embora bem menor, sobre uma parcela das pessoas testadas.
Apesar de a reação ter sido muito pequena para afirmar que o efeito não tenha sido apenas psicológico, os pesquisadores notaram que o efeito do café descafeinado foi maior entre as mulheres.
Anna Denny, da Fundação Britânica de Nutrição, disse que “este estudo dá uma visão interessante sobre como os efeitos de comidas e nutrientes específicos podem ser diferentes em homens e mulheres”.
Segundo Denny, as pesquisas sobre a relação entre nutrientes e genes estão avançando rapidamente e “estamos descobrindo mais sobre como nossos genes afetam nossas necessidades por alguns alimentos e nutrientes e como nossos corpos reagem a eles. No futuro isso poderia permitir a cientistas formular recomendações dietéticas baseadas em nosso mapa genético, bem como nossa idade e tamanho”.
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