'Não houve grampo no STF', diz Protógenes
O delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz disse na noite desta segunda-feira (22) acreditar que não houve grampo telefônico em conversa entre o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).
“Não houve grampo. Na minha opinião, não houve. Cadê o áudio?”, disse o ex-chefe da operação Satiagraha durante o programa “Roda Viva”, da TV Cultura.
Questionado repetidamente pelos entrevistadores se acreditava ou não na existência da suposta gravação que desencadeou o afastamento do delegado do comando da operação, ele voltou a cobrar a divulgação do áudio da conversa, que nunca foi encontrado.
Depois que deflagrou a operação Satiagraha, ele foi afastado do comando da diretoria da inteligência da Polícia Federal após supostos vazamentos de informações durante as investigações.
Entenda
No fim de agosto, uma reportagem da revista "Veja" denunciou uma suposta existência de escutas ilegais feitas por integrantes da Abin nos telefones de Gilmar Mendes e publicou um suposto trecho de uma conversa de cerca de dois minutos entre Mendes e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). A publicação rendeu críticas e discussões sobre a utilização de grampos ilegais nas investigações na Operação Satiagraha.
Protógenes, no entanto, disse não querer opinar se Mendes e Torres teriam participado de uma “farsa” ao confirmar a existência da conversa transcrita. Para ele, o objetivo da publicação da transcrição seria desviar o foco da atuação do “banqueiro bandido”, como o delegado costuma se referir ao banqueiro Daniel Dantas, investigado na operação.
A bancada de entrevistadores foi formada pelos jornalistas Ricardo Noblat (O Globo e Blog do Noblat), Renato Lombardi (TV Cultura), Fernando Rodrigues (Folha de S. Paulo) e Fausto Macedo (Estado de S. Paulo).
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