Sobram vagas de trabalho na Construção Civil no interior de MT
Na lista de ofertas de trabalho, algumas profissões chamam atenção pelo tempo que permanecem com vagas em aberto. A Construção Civil é um dos setores que tem mais oportunidades de trabalho.
Em Rondonópolis, a lista de espera é longa para as empresas. Não para os candidatos. Há dois meses, o Sine oferece 18 oportunidades a pedreiros, 14 para serventes, e quatro para mestre-de-obras.
A dificuldade de preencher estas vagas é maior se for exigida uma qualificação para a função oferecida. "Você anda na cidade e vê as indústrias que estão vindo para a cidade, novas empresas, e é muita construção", disse a coordenadora do Sine em Rondonópolis, Ilka Mezomo, justificando sobre a sobra de vagas.
De acordo com os dados nacionais registrados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do senso realizado em 2007, o segmento da Construção Civil sofreu uma alta de 400% no número de vagas. "Com o excesso de empresas se instalando na região, muita mão-de-obra especializada está chegando de fora. Isso tem ajudado a cidade e tem despertado interesse do trabalhador em se qualificar", contou o presidente do Sindicato das Indústrias da Construção (Sinduscon) da Região Sul em Rondonópolis, Nelson Salas Fuentes.
O setor detectou ainda que o crescimento de vagas inclui desde engenheiros e tecnólogos, que precisam de diploma de nível superior, até pedreiros e pintores.
Completar o quadro de funcionários tem sido o maior desafio das contrutoras da região. De acordo com o Sindicato das Indústrias da Construção Civil, Mato Grosso registra um déficit 10 % de trabalhadores sobre a quantidade de profissionais empregados.
Uma das etapas que mais tem sofrido com a falta de mão de obra é o acabamento. "A parte mais difícil para encontrar mão-de-obra especializada em Rondonópolis e a de pedreiros de acabamento, pintores e parte de azulejista. Temos que buscar pessoas de fora para poder atender às necessidades." disse o engenheiro civil Gleison Hollatz.
A conclusão dos trabalhos não atrasam, mas qualquer alteração na obra fica inviável com a carência de profissionais no setor. "Neste mês, nós conseguimos um carpinteiro e três pedreiros", contou Euclides Marinho da Silva, que é encarregado de obra. "O pessoal que está parado, sem trabalho, é porque não quer trabalhar, porque serviço tem", completou.
O momento, que exibe paciência dos empresários, é bem-vindo para quem possui qualificação. "Já dispensei clientes por que percebi que não conseguiria fazer tudo ao mesmo tempo. Porque para mão-de-obra qualificada tem muito trabalho. Está até sobrando", disse o pedreiro José Ramão.
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