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Nacional
Terça - 16 de Dezembro de 2008 às 17:38
Por: Mariana Alejarra

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As mulheres com 16 anos ou mais trabalhavam, em média, 27,2 horas semanais em tarefas domésticas, enquanto os homens na mesma faixa etária gastavam 10,6 horas nessas atividades em 2007, revela pesquisa divulgada nesta terça-feira (16) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Os dados mostram que 89,9% das mulheres afirmavam cuidar de afazeres domésticos, contra 50,7% dos homens. A quantidade de tempo gasto nas atividades domésticas por homens e mulheres permaneceu praticamente inalterada se comparada aos números de 2001, primeira vez em que esse dado foi levantado. Seis anos antes, a média de horas era de 30,9 para as mulheres e 11,2 para os homens.

Os números fazem parte do levantamento "Retrato das desigualdades de gênero e raça", lançado pelo Ipea, pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM) e pelo Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem).

Segundo a ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Nilcéa Freire, para haver uma aproximação na quantidade de horas despendidas no trabalho doméstico por homens e mulheres, é necessário que haja uma mudança cultural. “E mudanças culturais são lentas. Por isso é importante mostrar o retrato da sociedade brasileira”, afirmou. Ela lembra que o aumento da quantidade de mulheres no mercado de trabalho é a principal causa dessa pequena redução da participação no trabalho doméstico (em 1996, 46% das mulheres estavam ocupadas ou à procura de emprego, contra 52,4% em 2007).

Nilcéa Freire ressaltou a diferença nas percepções de homens e mulheres do que são afazeres domésticos. Apesar de a pesquisa apresentada não detalhar o que essas atividades abrangem, ela cita que pesquisas realizadas em outros países demonstram que o sexo feminino costuma incluir como afazer doméstico tarefas realizadas para o coletivo da casa. O sexo masculino, por sua vez, costuma incluir cuidados com ele próprio e hobbies, como cuidar do carro.

A ministra ressaltou que os dados retratados ainda são preocupantes e que é preciso acelerar a redução das desigualdades com políticas públicas. O tempo estimado para a equiparação dos salários de homens e mulheres, segundo a ministra, é de 87 anos.

A pesquisa sobre o uso do tempo, segundo o presidente do Ipea, Márcio Pochmann, mostra que as mulheres são “penalizadas” por terem jornada fora e dentro de casa. Ele ressalta, no entanto, que, pelo fato de a força física não ser mais determinante para o mercado de trabalho, as mulheres têm se destacado. No entanto, como resultado, o número de filhos tem diminuído, lembrou Pochmann.





Fonte: G1

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