Lula quer papel ativo da América Latina no debate sobre crise
Na abertura da 36ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, realizada nesta terça-feira na Costa do Sauípe (BA), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que tanto o bloco quanto os outros países da América Latina e Caribe não vão assistir "passivamente" ao debate sobre a crise financeira mundial.
"O Mercosul, juntamente com nossos amigos da América Latina e Caribe, não assistirão passivamente ao debate sobre a crise mundial. Teremos um papel importante na construção de uma nova estrutura política econômica internacional", afirmou o presidente no discurso inicial do evento.
Em sua fala, o presidente brasileiro destacou ainda os principais desafios do bloco, como a eliminação das disparidades entre as economias do Mercosul, além das preocupações em não permitir que a crise financeira internacional evite o retrocesso nas políticas sociais.
"Nós não podemos restringir o Mercosul à sua dimensão comercial. É preciso investir em projetos que reforcem as economias menores. Por isso tomei a decisão de que a partir de 2009 o Brasil dobrará sua contribuição ao Focem (Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul)", disse Lula.
Ele destacou ainda que o bloco deve trabalhar para eliminar a dupla cobrança da Tarifa Externa Comum (TEC), além de avançar no processo de eliminação da intermediação financeiras nas trocas entre os membros, com a instituição de um mecanismo de pagamento em moedas locais, como o já implementado entre Brasil e Argentina.
Segundo Lula, a solução para a dupla cobrança da TEC vai ajudar a aprofundar os acordos com outros blocos comerciais. No caso do Mercosul, o interesse principal são os acordos com a União Européia, como informou na segunda-feira o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Celso Amorim.
No discurso, o presidente brasileiro também destacou a necessidade de, em conjunto com a eliminação da cobrança em duplicidade da taxa comum, se estabelecer um mecanismo automático de distribuição aduaneira no bloco.
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