Conflitos tribais deixam 250 mortos no Sudão
Mais 250 pessoas morreram na última semana em confrontos tribais na região de Darfur, no oeste do Sudão, informou nesta segunda-feira em comunicado a Unamid, a força conjunta da ONU e da União da Africana (UA) na região.
Cerca de 2,5 milhões de pessoas tiveram de deixar seus lares em Darfur desde que o governo, que representa a população de origem árabe, passou a reprimir com mais violência a minoria com raízes africanas no oeste do país. Segundo cálculos da ONU, mais de 250 mil pessoas morreram durante bombardeios, ataques de milícias árabes e conflitos locais.
Desde a assinatura de um acordo de paz com o governo em 2007, que não foi aceito pela maioria dos grupos de origem africana, conflitos internos como os da última semana aumentaram em Darfur.
Segundo a nota da Unamid, mais de cem pessoas morreram em combates entre duas famílias da tribo AL Qamar na província de Darfur Sul, enquanto entre 70 e 150 morreram na quinta-feira passada em confrontos entre os clãs de Habaniya e Salamat na mesma província.
Além disso, a luta entre grupos rivais da tribo de Habaniya forçou mais de 5 mil pessoas a abandonar seus lares na busca por locais mais seguros, afirmou o texto.
Alguns clãs acusam o Executivo de apoiar determinadas milícias tribais, o que o governo nega.
Um dirigente da tribo Salamat, que pediu para não ser identificado, disse por telefone que o governo da Província de Darfur Sul está envolvido nos ataques e afirmou que nos últimos combates foram utilizadas armas pesadas de que só as forças governamentais dispõem.
Darfur Sul é uma das três províncias que compõem a região de Darfur. Além de discordâncias sobre o conflito com o governo central, disputas sobre áreas de pastagem e outros direitos tradicionais alimentam as hostilidades locais.
Com France Press e Reuters
Comentários