Índios denunciam agressão no interior de Mato Grosso
Índios da tribo Enawenê Nawê denunciaram que na última quarta feira foram agredidos por seguranças da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) telegráfica localizada às margens do Rio Juruena entre os municípios de Sapezal e Campos de Júlio. Uma das lideranças da tribo, Daiamacê Enawenê, disse que um grupo de 4 pessoas, dois índios e duas crianças, estava perto da área da usina para pescar.
Eles procuravam isca para o anzol quando foram surpreendidos pelos seguranças. "Colocaram arma na boca dos índios, bateram com pau podre, obrigaram os índios a deitar no chão", declarou o indígena. Ainda segundo ele, as crianças ficaram assustadas e também teriam sido agredidas. Ele acusa os seguranças de terem puxado o cabelo das crianças -- uma de 6 e outra de 8 anos. O grupo só foi liberado com a chegada da polícia da cidade de Campos de Júlio.
A Funai de Juína, responsável pela área, informou que o incidente foi comunicado ao Ministério da Justiça. O clima na região é tenso e as principais lideranças da tribo estão avaliando o que será feito. A hidrelétrica, que estava sendo construída no Rio Juruena, teve as obras suspensas. Em outubro deste ano, índios Enawenê Nawê invadiram o local e tocaram fogo em tudo. O alojamento dos funcionários foi destruído, caminhões e carros incendiados. O assessor de imprensa do grupo responsável pela obra disse que vai checar a informação. Mas no momento afirmou desconhecer o fato.
Índios teriam entrado sem autorização
O diretor de Meio Ambiente da Hidrelétrica, Frederico Müller, negou qualquer agressão aos índios. Ele afirmou que os índios tentaram entrar sem autorização da hidrelétrica e foram impedidos. Depois, explicou ele, na quinta feira -- um dia depois -- um grupo de 33 índios tentou novamente entrar na hidrelétrica. Mas a equipe de segurança impediu. E os guerreiros, conta o diretor, levaram as armas e coletes dos seguranças. "Nossa segurança nao reagiu, não atirou em índio”, justificou.
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