Pacote do governo federal é "eficaz" contra crise, diz ex-presidente do BC

O ex-presidente do Banco Central Carlos Langoni afirma que o pacote apresentado pela equipe econômica do governo nesta quinta-feira, 11, contém "medidas muito mais eficazes do que o aumento de gastos públicos".

Com a iniciativa, estima-se que o governo deixará de arrecadar R$ 9 bilhões. Diferentes das anteriores, as medidas desta vezsão de caráter fiscal, com redução do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) na compra de carros novos e mudança nas alíquotas do imposto de renda.

- Trabalhando com o crescimento do PIB para 2009 na ordem de 3%, haverá uma queda de 7% para 3%, mas que também não é recessão. O que o governo está fazendo é minimizar esta trajetória, analisa Carlos Langoni, também diretor do Centro de Economia Mundial da FGV.

Para o economista, as medidas têm um custo: a redução do superávit primário. E sugere: "o governo deveria casar esses estímulos fiscais com uma contenção de gastos correntes, que não envolvem investimento".

Enquanto isto, acima da linha do Equador, o senado norte-americano rejeitou a ajuda de US$ 14 bi oferecida pelo governo às montadoras General Motors, Ford e Chrysler.

Sobre isto, Langoni avalia que a rejeição se deve às exigências dos sindicatos e ao peso político que têm nos Estados Unidos. Além disto, é levada em conta a "enorme dívida trabalhista na área de fundos de algumas empresas, principalmente da GM", ressalta Langoni.

O economista, no entanto, aposta numa renegociação: "porque este setor automobilístico, em qualquer lugar do mundo, tem um peso muito grande no crescimento do PIB e é um grande empregador".