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Economia
Sexta - 12 de Dezembro de 2008 às 14:34

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Diante das medidas para conter a crise financeira internacional anunciadas pelo governo e da decisão do Banco Central de manter a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano, o diretor de Economia, Banking e Finanças da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), Andrew Frank Storfer, avaliou que o governo está “na direção certa” e que o BC começa a dar sinais de que não vai ficar “ao sabor” do empresariado brasileiro.

“São todas medidas que visam estimular um pouco o consumo e facilitar as condições de crédito. O governo está tomando ações que estimulem a atividade econômica, o que é bastante saudável. O empresariado tinha uma forte expectativa de que a taxa de juros baixasse. Não adianta a gente ficar mexendo na Selic, que é o custo baixo do dinheiro, se na outra ponta os juros praticados são muito elevados.”

Em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional, Storfer disse que, antes da crise, o mundo vivia “uma situação de crédito muito fácil” e que países emergentes como Brasil, China, Rússia e Índia sustentavam o crescimento mundial. Ele destacou que essas nações são expressivas, em termos de Produto Interno Bruto (PIB).

Para o economista, a maior ajuda a ser oferecida pelo governo brasileiro no atual cenário é deixar a economia “girando em nível satisfatório”. “Esse é o grande medo de todos para 2009”, destacou. Storfer acredita que o ano que vem não será de “bonança” e nem deve lembrar “os tempos bons dos últimos três anos”, mas também não será ruim. “Vai ser um ano razoável e, em termos de comparação mundial, pode ser até bom para o Brasil”, avaliou.

“As medidas são mais pontuais e mais diretas, ligadas à microeconomia. Se você baixasse ontem ou anteontem os juros, que influência isso teria na ponta, para quem faz um crediário, financia um imóvel, toma dinheiro emprestado ou usa o cheque especial? As medidas têm efeito imediato, as da taxa Selic apenas em seis, sete meses.”

Storfer ressaltou que a “grande preocupação” no país precisa ser a manutenção do emprego e da renda, por meio de investimentos no setor produtivo e no varejo, o que, segundo ele, mantêm o dinheiro em circulação e os investimentos das empresas. “É o que mantém também o próprio governo, por meio da arrecadação”, acrescentou.

“Quando o governo faz essas medidas, ele procura aliviar um pouco o crédito, deixar um pouco mais de dinheiro disponível, fazer um certo pacto do tipo 'mantenham os empregos e não demitam', proporcionando um certo alívio tributário. A economia é toda interligada e, a partir do momento em que você consegue manter empregos, esse pessoal tem renda e consome, acaba girando um pouquinho o dinheiro.”

O economista destacou que o auxílio oferecido à indústria automobilística, por exemplo, vigora até março de 2009 e que, até lá, o governo vai poder verificar se houve efeito positivo na economia brasileira, se não houve demissões e se a redução das alíquotas do Imposto sobre produtos Industrializados (IPI) foi realmente repassada ao consumidor.

“Pode ser que tenhamos algum pacote, por exemplo, de auxílio à agropecuária, para incentivar a safra, armazenagem, circulação de determinados produtos. No fundo, o que o governo está fazendo é tentando cumprir seu papel de estímulo à economia. Ele escolheu alguns setores e algumas medidas para poder iniciar esse estímulo, vai observar e monitorar, examinando medidas complementares para atender outros setores.”





Fonte: Agência Brasil

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