Participação de Obama em corrupção é negada
O promotor do Distrito Norte de Illinois informou em entrevista coletiva que Blagojevich e seu chefe de gabinete, John Harris, foram detidos e são acusados de corrupção.
"É um dia muito triste para Illinois", afirmou o advogado, para quem "até (Abraham) Lincoln se reviraria no túmulo" ao ser informado das práticas políticas em seu estado.
Fitzgerald disse que as acusações formuladas contra Blagojevich surgiram de grampos telefônicos feitos com autorização de um juiz, a partir do momento em que Obama renunciou a seu assento, após ter sido eleito nas eleições de 4 de novembro.
Microfones colocados no comitê de campanha do governador e em seu telefone permitiram gravá-lo quando disse que a indicação do substituto de Obama era "ouro", e que ele não estava disposto a formular a nomeação "em troca de nada".
A Promotoria afirma que o governador teria conspirado para "vender ou trocar" o assento no Senado por "benefícios financeiros ou de outro tipo", para proveito próprio ou de sua esposa Patty.
O promotor ressaltou que, nas gravações, teria ficado claro que o governador "não estava preocupado com a ilegalidade de seu ato, mas com a possibilidade de que o enganassem".
Fitzgerald assegurou que Blagojevich considerou dois possíveis candidatos, que não são nomeados, dispostos a pagar entre US$ 500 mil e US$ 1 milhão pela cadeira.
"Mas ele queria o dinheiro antecipadamente", acrescentou.
Ele destacou ainda que outros dos benefícios buscados pelo governador no futuro governo de Obama era ser designado Secretário de Saúde e Serviços Humanos, Secretário de Energia ou uma embaixada.
No entanto, esclareceu que o presidente eleito não foi mencionado na investigação, que, por enquanto, se limita ao governador e a seu chefe de gabinete.
Fitzgerald destacou que Blagojevich considerou nomear a si próprio para o cargo de Senador, como forma de melhorar sua imagem com a intenção de ser candidato presidencial em 2016.
Além disso, outra idéia seria evitar um possível julgamento político da Assembléia Legislativa de Illinois, pelas acusações e suspeitas de corrupção em seu governo.
Blagojevich pretendia entrar em contato com grandes corporações que fossem úteis quando deixasse o cargo público, e facilitar o emprego de sua esposa como lobista.
O agente especial Robert Grant, chefe do FBI (polícia federal americana) em Chicago e encarregado da investigação, afirmou que a detenção de Blagojevich deveria servir de advertência de "que não são toleradas em Illinois as negociatas de sempre".
Em sua opinião, "vender o cargo para obter lucro pessoal é coisa do passado".
Grant admitiu que não podia afirmar que Illinois fosse um dos estados mais corruptos dos Estados Unidos, ao ser perguntado sobre isso aos jornalistas.
"Não posso afirmar, porque não tenho ponto de comparação com os outros 49 Estados, mas seguramente é um grande concorrente ao título", afirmou.
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