Policial acusado de assassinato de caseiro está sendo julgado hoje em Cuiabá
O ex-policial militar Rutênio Pires de Miranda está sendo julgado hoje no Fórum de Cuiabá acusado de assassinar o chacareiro Márcio Aurélio Leocádio Rosa, em agosto de 2005, em Santo Antônio de Leverger. O acusado está preso há três anos e dois meses no presídio de Santo Antônio.
O irmão de Rutênio, Evaldo Santana de Miranda, foi julgado em setembro e condenado a 12 anos de prisão, pelo mesmo crime.
No processo consta que Márcio Aurélio Leocádio supostamente teria furtado a moto de um dos réus. A vítima teria sida arrastada de casa amarrada, colocada dentro de um carro, levado a um local deserto e assassinado. O corpo foi enterrado em uma vala aberta por trator em uma chácara.
Em abril deste ano, a Justiça determinou o desaforamento, como é chamada a transferência do Júri Popular dos acusados, para garantir a integridade física dos jurados. O pedido de transferência foi solicitado pela Promotoria de Justiça de Santo Antônio de Leverger porque a lista dos componentes do júri teria sido solicitada pela irmã dos acusados perante o cartório da comarca e foi encontrada na casa da ex-escrevente do Fórum da capital, Beatriz Árias Paniágua.
Junto da lista havia anotações e documentos dos acusados. Conforme o entendimento dos magistrados de Segundo Grau, ficou comprovado o comprometimento da imparcialidade do Conselho Popular do município.
Ainda nas alegações da Promotoria, a família dos réus teria vínculos pessoais com vários moradores na cidade de Santo Antônio. Em informações repassadas pelo juiz presidente do Tribunal do Júri do município, há registro de que um jurado solicitou que seu nome fosse retirado do sorteio alegando temer represálias e que também haveria temor por parte de outros componentes.
De acordo com a relatora do recurso, desembargadora Shelma Lombardi de Kato, o fato da lista com os nomes dos jurados ter sido encontrada na casa da ex-escrevente Beatriz Árias, a qual continha anotações e documentos referentes aos acusados, "evidencia o sério risco dos jurados ali nomeados serem alvo de retaliação, o que lhes retiraria o princípio de isenção".
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