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Cidades/Geral
Terça - 02 de Dezembro de 2008 às 13:32

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O julgamento de Jaeder Silveira dos Santos, acusado de ter matado três servidores da UFMT de Rondonópolis no dia 27 de novembro do ano passado, iniciou com cerca de 30 minutos de atraso. O julgamento estava previsto para às 9h.

O júri popular foi marcado pouco mais de um ano após o assassinato da pró-reitora Soraiha Miranda de Lima, o professor de zootecnia Alessandro Fraga e o prefeito do campus Luiz Mauro Pires Russo, mortos quando chegavam de carro na casa da pró-reitora por volta das 23h.

Um homem encapuzado fez cinco disparos. Soraiha e Alessandro morreram na hora. Luiz Mauro foi levado para o hospital, mas não resitiu aos ferimentos.

Por se tratar de um crime que envolve servidores federais, o Tribunal do Júri presidido pelo juiz federal Francisco Alexandre Ribeiro foram convocados 25 jurados, além de cinco testemunhas de defesa e cinco de acusação.

O procurador da República Mário Lúcio Avelar disse que existem várias provas contra Jaeder Silveira dos Santos. Entre elas, cinco confissões.

Já o advogado de defesa Nilson Lopes disse que acredita que houve falhas e questiona a confissão do réu. Jaeder Silveira dos Santos é acusado de ter matado no dia 27 de novembro do ano passado os três servidores da UFMT.

A previsão é de que o julgamento termine ainda hoje. A defesa de Jorge Luis Tabory, suspeito de ser o mandante do crime recorreu ao Tribunal Regional Federal em Brasília e conseguiu que o julgamento dele fosse separado de Jaeder Silveira dos Santos. A Justiça ainda não marcou a data do julgamento.

Prisão

No dia 30 de dezembro a Polícia Federal prendeu Jorge Luiz da Tabory, motorista da UFMT, e Jaeder Silveira dos Santos. Jaeder teria confessado a autoria dos crimes e apontado Jorge como mandante.

A Justiça Federal determinou que o julgamento fosse na Câmara Municipal de Vereadores devido à disponibilidade de espaço.

Além de ser o julgamento de um caso polêmico, com repercussão nacional, será o primeiro júri popular realizado em Rondonópolis pela Justiça Federal.

Dor dos familiares

Depois de um ano da morte da filha, o pai da então pró-reitora fez um painel com fotos, homenagens, e recordações de momentos felizes que tiveram. A família ainda não conseguiu se recuperar da tragédia. "Neste um ano, a dor tem sido muito grande. Mas eu aprendi que isso é inevitável, mas o sofrimento é opcional. Precisamos conseguir continuar a viver", disse Suilde Miranda de Lima, irmã de Soraiha.

A mulher do prefeito do campus Luiz Mauro Pires Russo, Domingas de Souza Moreira, também tenta se recuperar. Eles estavam juntos há três anos, quando aconteceu o assassinato. Além da perda, Domingas disse não acreditar quando soube que Jorge Luiz da Tabory, que era compadre de Luiz Mauro, foi apontado como o mandante do crime. "Até hoje, às vezes, eu paro e penso nisso", contou Domingas.

Investigação

O advogado Wilson Lopes foi nomeado pelo Ministério Público Federal para defender o acusado de ter cometido um homicídio triplamente qualificado. "No plenário do júri, também procuraremos garantir ao acusado tudo o que pode ser feito em termos de defesa técnica", disse o advogado de defesa.

O suspeito Jaeder teria confessado cinco vezes a autoria do crime, e quem seria o mandante. "Os motivos é de que a professora Soraiha em sua adiministração, segundo Jaeder em seu interrogatório, estaria derrubando privilégios de Jorge Luíz", afirmou o delegado da polícia federal, Alex Sandro Biegas.

De acordo com o depoimento de Jaeder, a pró-reitora pretendia cancelar contratos existentes entre a universidade e um lava jato pertencente a Jorge. O crime teria sido encomendado por R$ 3 mil. Com Jaeder, a polícia encontrou objetos das vítimas e a possível arma do crime.

As famílias das vítimas esperam o resultado dos julgamentos e acreditam que a Justiça vai ser feita. "Estragaram a vida de três famílias", concluiu Domingas de Souza Moreira, a mulher da vítima Luiz Mauro.





Fonte: TVCA

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