Lucas R. Verde: governo outorga implantação de ferrovia
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou no Diário Oficial da União, que circulou ontem, o extrato de concessão de outorga para implantação da estrada de ferro 334 (EF–334), denominada Ferrovia da Integração Oeste-Leste, trecho de Ilhéus (BA) com extensão a Lucas do Rio Verde. A empresa que foi autorizada a construir e explorar comercialmente a ferrovia por 50 anos é a Valec Engenharia, Construções e Ferrovias, subordinada ao Ministério dos Transportes, que já é detentora de outras outorgas, como a Ferrovia Norte-Sul, que está em construção na região denominada Brasil-Central.
A licença obtida permite à empresa subconceder trechos. Já está leiloando, por meio de bolsa de valores, o trecho entre Ilhéus até o Estado de Goiás, que deverá ser construído em aproximadamente quatro anos após a homologação do contrato.
A linha férrea Leste-Oeste integra um projeto maior, aprovado pela Lei 11.772 de 17 de setembro de 2008, pela qual a mesma empresa foi outorgada para implantação da EF-353, a Ferrovia Transcontinental. Só Notícias apurou junto à Valec que esta terá 4,4 mil quilômetros de distância e sairá do litoral Norte Fluminense, passando por Muiaé, Ipatinga e Paracatu, em Minas Gerais, Niquelândia e Uruaçu em Goiás, Cocalinho, Ribeirão Cascalheira e Lucas do Rio Verde em Mato Grosso, Vilhena e Porto Velho em Rondônia, e, Rio Branco e Cruzeiro do Sul, no Acre, até chegar à localidade de Boqueirão da Esperança, na fronteira Brasil/Peru.
Conforme a assessoria, como é uma obra de grande ‘vulto e bastante dispendiosa’ (demanda muitos recursos) ainda não tem data definida para início e conclusão. A elaboração do projeto para construção deverá começar ano que vem. Só Notícias também apurou que ainda não há confirmação do trajeto e que será definido exatamente onde os trilhos vão passar somente após término dos levantamentos a campo.
Após concluída, será uma via de transportes extremamente importante para o Brasil e para o continente Sul-Americano. Cruzará com a Norte-Sul, permitindo o acesso aos Portos de Itaqui (MA) Belém (PA) aos do litoral Fluminense e no Oceano Pacífico, pelo Perú, onde o país vizinho já está com o processo de licitação adiantado para implantação da ferrovia em território peruano.
O escoamento da produção pela ferrovia representará ao produtor do Nortão redução no custo do frete calculada em torno de 30% em relação ao praticado pelo modal rodoviário. Também atrairá empresas pelas oportunidades oferecidas pelo transporte ferroviário, que investirão milhões de dólares em instalações para as operações de cargas, transbordo e armazenagem de grãos.
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