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Polícia Brasil
Terça - 25 de Novembro de 2008 às 12:49

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Os 750 quilômetros de fronteira seca facilitam a ação dos criminosos.

A informação que somente 10% da droga que entra no Brasil pela fronteira com a Bolívia é apreendida é uma estimativa dos órgãos ligados à Segurança Pública. Os 750 quilômetros de fronteira seca facilitam a ação dos criminosos. Já as estradas clandestinas fazem com que traficantes fujam dos bloqueios da polícia.

Denominações como cabriteiras, picadas, trieiros são dadas aos desvios clandestinos criados pelas quadrilhas nas estradas rurais distribuídas na faixa de fronteira entre Brasil e Bolívia.

Nas cabriteiras circulam a cocaína, produzida no país vizinho, além dos carros roubados no Brasil considerados pelos órgãos de segurança, principal moeda de troca no comércio de drogas na Bolívia. A falta de policiamento deixa a fronteira 'aberta' ao crime.

Nos 750 quilômetros de fronteira seca em Mato Grosso, a cada 10 quilômetros existe, pelo menos, uma estrada clandestina que liga os dois países. A segurança e fiscalização em toda linha de divisa, se limitam a sete destacamentos do Exército, quatro postos do Grupo Especial de Fronteira (GEFron) e quatro da Polícia Rodoviária Federal entre Cuiabá e Rondônia. Já o país vizinho concentra nove destacamentos com militares posicionados na mesma linha em que estão os do Brasil.

De acordo com a PRF, são inúmeros os métodos usados pelos traficantes para trazer a droga da Bolívia ao Brasil. O uso de aeronaves se tornou frequente para que a droga seja lançada em pontos estratégicos. Entre eles, o município de Nova Lacerda (667 km de Cuiabá). O método usado na região, já está sendo investigado pela polícia

Aeronaves intensificam os sobrevôos ilegais no período das chuvas. A droga é jogada em pistas clandestinas e de lá, carregada por atravessadores, contratados por traficantes para burlar os postos fiscais. Táxis, bicicletas e ônibus são outras formas utilizadas para transportar a droga.

A BR-070 é considerada o trecho de escoamento de grande parte da droga que circula no país, além de veículos roubados e produtos de contrabando. As cidades bolivianas San Mathias e Santa Cruz, por exemplo, têm vias de acesso direto com diversos municípios do Estado. Pontes e Lacerda, Comodoro, Porto Esperidião e Cáceres são alvos mais freqüentes das organizações criminosas.

"A sensação de segurança que traz, a presença do Exército é notória. Nós escutamos isso da população de maneira geral", disse o Tenente Coronel Elton Valich, coordenador de Comunicação do Exército.

Cadeado IV

Durante a operação Cadeado IV, realizada pelo Exército na região de Pontes e Lacerda. Os números de apreensões foram pequenos. A atuação de mil militares, 100 veículos e duas aeronaves trouxe mais tranquilidade aos municípios de fronteira. "Nossos postos realizam um trabalho de vigilância, mas o combate ao crime organizado é responsabilidade aos órgãos de segurança pública", disse o coordenador da Operação Cadeado, Major Umberto Ramos.

Segundo o Coordenador do Gefron, coronel Raimundo Francisco Souza, Mato Grosso assumiu os trabalhos diante da deficiência de atualização dos órgãos federais, uma vez que a área de fronteira não é responsabilidade do Estado. Atualmente, 97 policiais integram o Gefron. No próximo ano, uma aeronave com espaço para 13 pessoas vai ser entregue ao grupamento de fronteira. O coordenador acredita que isso vai proporcionar uma mobilidade melhor nas ações dos militares.

Policiais no tráfico

Com um pequeno efetivo de policiais e falta de estrutura para desenvolver os trabalhos na região de fronteira facilita a ação dos criminosos. Seduzidos pelo grande volume de dinheiro que movimenta o tráfico, alguns policiais acabam envolvidos com as quadrilhas.

Em março de 2007, 10 policiais do Gefron foram presos sob suspeita de corrupção. "É importante que a população denuncie. Não é um número muito grande de policiais investigados por envolvimento com o tráfico. Até mesmo em razão da população não ter o hábito de procurar o Ministério Púlico para fazer denúncias, para investigarmos", afirmou o promotor de justiça Luís Gustavo Mendes.

O Coordenador do Gefron, coronel Raimundo Francisci Souza informou, em relação aos 10 policiais envolvidos nas denúncias de corrupção, que alguns deles estão presos e outros foram expulsos da corporação.





Fonte: TVCA

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