OMS mostra que cinco cidades de MT não contam com médicos

As cidades de Bom Jesus do Araguaia, Curvelândia, Nova Marilândia, Santo Afonso e Glória D´Oeste não dispõe de um médico sequer. É o que revelam os dados divulgados pelo Ministério da Saúde em Ouro Preto (MG), durante um encontro da Global Health Workforce Alliance --órgão da OMS (Organização Mundial da Saúde). A entidade tem como bandeira de luta a maior presença de médicos onde há carência deles.

O levantamento foi feito com base em dados de outubro de entidades como o CNES (Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde) e a Universidade Federal de Minas Gerais. Segundo o estudo, o Brasil tem 455 municípios sem médicos, de um total de mais de 5.560 cidades no país. O problema é mais acentuado em regiões distantes dos maiores centros urbanos, como no Nordeste, que lidera a lista de cidades sem médicos, com 117, 25,7% do total do país. No Sudeste são 111, a maioria cidades pequenas, como Suzanópolis e Sagres, em São Paulo.

Os dados revelam ainda que hospitais sofrem para contratar especialistas. No Nordeste, 42,3% dos hospitais consultados disseram ter muitas dificuldades para contratar pediatras. Foram consultados 420 hospitais.

Segundo o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, o problema ocorre por motivos como a insegurança profissional. "Há uma tendência não só de que a tecnologia hospitalar mais complexa se concentre em determinadas regiões, mas que os médicos acompanhem essa concentração de riqueza."

Outra causa é o perfil do estudante de medicina, que geralmente vem de grandes centros e tem bom poder aquisitivo.