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Economia
Segunda - 24 de Novembro de 2008 às 15:29
Por: Wellton Máximo

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Brasília - A apropriação de juros e a desvalorização do real fizeram a dívida pública subir em outubro, apesar de o Tesouro Nacional ter resgatado mais títulos do que emitiu. Segundo relatório divulgado hoje (24), o estoque da dívida pública federal aumentou 0,77% no último mês, passando de R$ 1,335 trilhão em setembro para R$ 1,345 trilhão em outubro.

Em relação à divida mobiliária (em títulos) interna, o estoque subiu 0,13% em outubro, saindo de R$ 1,224 trilhão para R$ 1,226 trilhão. O resultado deve-se à incidência de R$ 14,5 bilhões de juros, que superou os resgates líquidos de R$ 13 bilhões em papéis do governo federal.

A desvalorização de 10,5% do real perante o dólar, em outubro, fez a dívida pública externa saltar 7,9%, tendo encerrado o último mês em R$ 119,1 bilhões, contra R$ 110,36 bilhões registrados em setembro.

As operações de swap cambial, que funcionam como venda de dólares no mercado futuro e têm sido adotadas pelo Banco Central para conter a alta da moeda norte-americana, fizeram o Brasil voltar a ser devedor na parcela da dívida interna vinculada ao câmbio. Em outubro, o percentual da dívida mobiliária interna indexada ao dólar pulou de -2,35% (ou seja, o país era credor em dólar na dívida interna) para 1,32%.

A última vez que o país tinha ficado na posição devedora em dólar na dívida interna tinha sido em dezembro de 2005. A parcela vinculada aos títulos prefixados caiu de 32,42% para 31,50%, o que representa leve piora no perfil da dívida. A presença de títulos prefixados é considerada positiva pelo Tesouro porque permite ao governo saber exatamente quanto terá de desembolsar ao resgatar dos títulos.

Em relação à taxa Selic, o perfil da dívida teve melhora considerável. A proporção da dívida mobiliária vinculada aos juros básicos da economia caiu de 39% para 35,93%, em linha com a estratégia do Tesouro de reduzir a parcela da dívida corrigida pela Selic.

O prazo médio da dívida pública federal também registrou melhora no mês anterior, passando de 42,72 meses para 42,75 meses. Apesar disso, o prazo médio da dívida interna em títulos caiu de 40,31 meses para 40,19 meses. Para o governo, é interessante alongar o prazo da dívida porque os efeitos sobre os cofres públicos são mais diluídos.

As emissões de títulos são um instrumento pelo qual o Tesouro toma emprestado dinheiro dos investidores para honrar os compromissos. Em troca, o governo devolve o dinheiro com algum tipo de correção, que pode ser a Selic, os índices de preços, a variação do dólar ou da Taxa Referencial (TR), ou, ainda, uma variação definida com antecedência, como ocorre nos títulos prefixados.





Fonte: Agência Brasil

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