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Economia
Segunda - 24 de Novembro de 2008 às 09:19
Por: Luana Braga

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Considerado um dos maiores produtores de grãos do país, o deputado estadual Otaviano Pivetta (PDT), em entrevista exclusiva ao PnBOnline, faz uma análise sobre os reflexos da crise financeira mundial na produção agrícola do estado, um dos carros-chefe da economia mato-grossense.

Apesar de reconhecer que a crise, considerada por ele como a mais grave em 25 anos, já está afetando o campo, Pivetta acredita que, dentre todos os estados brasileiros, Mato Grosso é que mais tem mais condições de sair fortalecido da crise que hoje assombra os produtores rurais.

"Eu nunca vi uma crise de tamanhas proporções ao longo dos meus mais de 25 anos de produtor de grãos. Todas as crises que nós passamos foram mais brandas do que essa", diz Otaviano, fazendo um comparativo entre o custo do hectare da soja que está sendo plantado agora com o gasto no mesmo período do ano passado. "O custo dessa safra que está sendo plantada é o mais alto da história. Para se ter uma idéia, o hectare da soja que hoje é plantada custa para os produtores em média de 800 a 900 dólares, sendo que no ano passado esse custo não ultrapassava 400 dólares", comparou.

De acordo com Otaviano Pivetta, o bloqueio e as restrições de crédito aliado a baixa no preço das commodities – produtos essenciais, como matérias-primas e alimentos - já estão causando impactos no campo, sendo que os mais perceptíveis são as demissões em massa e o recolhimento das máquinas agrícolas, isso porque que os produtores rurais não estão conseguindo honrar suas dívidas junto às instituições financeiras.

Outro fator que pode afetar a produtividade da safra é a não utilização de adubos e defensivos agrícolas, devido à falta de crédito para a compra dos insumos que são necessários para a boa condução da lavoura, tanto no controle das pragas como na fertilização do plantio. "Tem muitos produtores que ainda não adquiriram os defensivos agrícolas para fazer a defesa da lavoura. Com isso, já podemos estimar uma perda de produtividade pela falta de uma defesa adequada da plantação", pontuou o deputado.

"Esses fatores nos mostram um cenário preocupante, principalmente, para os anos de 2009 e 2010", disse Pivetta, proprietário do grupo Vanguarda do Brasil, que só em 2007 faturou R$ 365 milhões, ocupando 220 mil hectares com a produção de soja, algodão e milho.

Crise mascarada

Ao avaliar a velocidade com que a crise deflagrada nos EUA atingiu o mercado financeiro mundial, Pivetta é taxativo ao dizer "a crise econômica já existia, mas estava mascarada pela especulação. Quando se deflagrou a crise de confiança, percebeu-se que não existe toda essa riqueza no mundo", enfatizou o parlamentar.

Otimismo

Mesmo com o cenário preocupante, Pivetta está otimista por acreditar que Mato Grosso tem grandes chances de sair mais valorizado no cenário nacional quando a crise terminar, ou ao menos suavizar o quadro final.

"A partir de momento que essa crise acabar e o mundo perceber que não se vive de papel, especulação e jogatina, um estado como Mato Grosso que se dedica à produção e à economia real poderá sair bem mais importante. Alguma coisa boa vem para nós no futuro próximo. O remédio é amargo, mas estou otimista que nosso estado sairá dessa crise mais importante para o Brasil", concluiu.





Fonte: PnB Online

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