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Cidades/Geral
Quinta - 20 de Junho de 2013 às 02:17
Por: André Naddeo

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Em resposta à onda de protestos populares, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), anunciou ontem a revogação do reajuste da tarifa do ônibus na cidade. Assim, a passagem, que havia sido elevada a R$ 2,95 no início de junho, retornou ao patamar de R$ 2,75.


 
Em divulgação conjunta, o governo do Estado também anunciou que as tarifas dos demais meios de transporte público (trens, barcas e metrô) também serão reduzidas. O governador Sérgio Cabral ainda não se pronunciou sobre as reduções. A assessoria de imprensa do peemedebista apenas confirmou em nota as informações. 


 
Os trens da Supervia, que no início de fevereiro tiveram reajustes nas tarifas para R$ 3,10, retornam ao valor de R$ 2,90. O mesmo ocorre com o metrô, cuja passagem voltará a custar R$ 3,20 - o preço havia sido elevado no início de abril para R$ 3,50. As barcas terão uma distinção específica: com o uso do Bilhete Único estadual, passará de R$ 3,30 para R$ 3,10. Sem o cartão que dá direito a uso conjunto dos meios de transportes, o valor será reduzido de R$ 4,80 para R$ 4,50.


 
A redução das tarifas de ônibus será implementada já nesta quinta-feira, quando a decisão será publicada no Diário Oficial do município do Rio de Janeiro. Os novos valores para os demais transportes também será publicados amanhã no D.O do Estado, mas passam a valer a partir da próxima sexta-feira (21). 


 
O prefeito Eduardo Paes reiterou, em entrevista coletiva para os jornalistas na sede da Prefeitura, que o reajuste do valor dos ônibus se baseava no aumento dos custos de insumos do transporte público, "como pneus, óleo diesel, e mão de obra", e já havia sido adiado a pedido do governo federal, que temia um impacto no cálculo da inflação no País.


 
A redução da tarifa do ônibus é unificada - o preço de R$ 2,75 vale também para os ônibus urbanos com ar-condicionado. "O aumento concedido 18 meses depois do último aumento é fruto de um contrato de uma planilha pública e é concedido levando em conta o aumento dos custos. O reajuste não é algo concedido aleatoriamente", argumentou Paes.


 
"Até o ano de 2010, o sistema de transporte do Rio era regido por uma permissão de uso a título precário, uma relação quase que informal entre poder concedente e concessionárias. Em 2010, fizemos um processo licitatório", disse Paes. "E, assim como todos os preços, o reajuste acontece na cidade do Rio de Janeiro é fruto de dissídio coletivo que aconteceu em janeiro, fevereiro deste ano, quando a categoria teve um aumento de 12%", afirmou. "Para que se tenha uma ideia, quase que 45% do custo da planilha diz respeito a folhas de salários, custo de motoristas e cobradores", completou o prefeito.


 
Paes ressaltou que a manutenção da tarifa no valor antigo terá um impacto de R$ 200 milhões por ano no orçamento da prefeitura, podendo chegar a até R$ 500 milhões se o valor permanecer congelado por muito tempo. Na prática, segundo o prefeito, o custo implicará na diminuição de investimentos em outras áreas.


 
"Essa suspensão do aumento da tarifa representa para ambos os municípios (Rio e São Paulo) um impacto anualizado, se levar em consideração esses 20 centavos, em algo em torno de R$ 200 milhões. Provavelmente, tem que ser arcado pelo poder público. Arcar com esses recursos, com as responsabilidade e limitações orçamentárias, significa, sim, a escolha de prioridades. Serão R$ 200 milhões a menos investidos em outras áreas. Para se ter uma ideia, todas as clínicas de família, o custeio delas, a manutenção delas, custa em torno de R$ 400 e R$ 500 milhões por ano. Esse movimento, essa medida, não são feitos sem que isso signifique um custo. Um aumento não foi concedido a nosso bel-prazer. Fruto do custo do sistema", argumentou.


 
O prefeito não esclareceu quais áreas podem ser afetadas com o impacto nas finanças do município, e afirmou que o objetivo agora é pressionar o governo federal para garantir novas formas de dividir os custos com os serviços de mobilidade urbana. "A partir de agora vamos pressionar. Esse debate está lançado. Tivemos sensibilidade com a população, mas isso gera consequências. Vamos pressionar o governo federal para que esse custo de prestar serviços para a população possa ser repartido entre os entes subnacionais e o próprio governo federal", disse Paes.




Fonte: Terra

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