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Polícia Brasil
Terça - 18 de Novembro de 2008 às 13:25

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Suspeitos devem ser indiciados por pelo menos cinco crimes. Até policial rodoviário estaria envolvido no esquema.

A Polícia Federal desencadeou nesta terça-feira a Operação 334 para desarticular quadrilhas que atuam nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais com o contrabando de produtos vindos do Paraguai e descaminho. Estas quadrilhas também estariam envolvidas com tráfico de drogas. O nome da operação é uma alusão ao artigo 334 do Código Penal, que tipifica o crime de contrabando e descaminho.

Após 10 meses de investigação coordenada pela Delegacia de Polícia Federal em Ponta Porã (MS), sediada na fronteira com o Paraguai, a PF cumpriu 15 mandados de busca e apreensão, 12 mandados de prisão e 19 indiciamentos em três estados (MS, MT e MG). Entre os envolvidos estão um policial rodoviária federal e um cidadão paraguaio, além de comerciantes e pessoas ligadas ao ramo de transporte. Os crimes imputados aos investigados são: formação de quadrilha, contrabando e descaminho, tráfico de drogas e associação para o tráfico, além de corrupção ativa e passiva e falsificação de documento. Do total de presos, três foram detidos em Cuiabá.

Ao longo da investigação foram realizadas 12 grandes apreensões de contrabando, em sua maioria transportadas em ônibus fretados para este fim, além de quatro apreensões de drogas, que totalizaram 52 quilos de cocaína e 11 quilos de maconha. De acordo com a assessoria da PF, com o incremento da repressão ao contrabando na região de Foz do Iguaçu (PR) e Ciudad del Leste, no Paraguai, houve um significativo aumento do contrabando na região de Ponta Porã, que passou a ser rota de grandes cargas de mercadorias ilegais que ingressam no país.

Nesse contexto agia a quadrilha investigada pela Operação 334, com suas três vertentes. Em Ponta Porã e Pedro Juan Caballero, no Paraguai, o investigado Júlio César Duarte junto com seus comparsas organizavam a aquisição do contrabando e garantiam o seu transporte seguro pelas rodovias brasileiras, já que contavam com o apoio de um Policial Rodoviário Federal. Júlio César é proprietário de um hotel no país vizinho. Quase todas as apreensões realizadas ao longo da operação ocorreram nos dias de plantão do referido policial na BR-463, em Mato Grosso do Sul.

Junto ao policial atuava o irmão dele e sócio em uma revendedora de carros em Dourados (MS) A mesma cidade servia de entreposto para o transporte das cargas, já tendo sido flagrada a ocultação de tais mercadorias contrabandeadas na sede de uma transportadora, que misturava os bens ilegais com outras cargas para serem transportadas até Mato Grosso. Naquele estado, comerciantes recebiam as cargas e a revendiam em suas lojas e no camelódromo da capital e na cidade de Sinop, em Mato Grosso.

Em Minas Gerais, além de quatro pessoas envolvidas com o contrabando oriundo desta região de fronteira, outro grupo, também ligado ao investigado Júlio César, negociava principalmente cocaína, tendo sido interceptados ao menos três carregamentos da droga para aquele Estado. Na região da grande Belo Horizonte, o grupo agia com o apoio de um ex-policial militar, que fazia a segurança dos comparsas.

As medidas de busca e prisão foram deferidas pela Justiça Federal em Ponta Porã. As prisões são preventivas, sem prazo determinado, e motivadas pela possibilidade concreta de fuga dos investigados, que residem na região de fronteira. A prisão também serve como para a garantia da ordem pública, já que mesmo com seguidas autuações, os investigados prosseguiram com a atividade criminosa, demonstrando que fazem dos referidos crimes seu meio de vida.

A operação contou ainda com o apoio da Receita Federal e da Polícia Rodoviária Federal, que acompanhou as investigações sobre a participação de um dos seus integrantes desde o início dos trabalhos. Até o momento já foram cumpridos todos os mandados de busca e apreensão, além da apreensão de grande quantidade de material contrabandeado e dinheiro.





Fonte: TVCA

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