Repórter News - reporternews.com.br
Economia
Segunda - 17 de Novembro de 2008 às 17:14

    Imprimir


Um público de 12 mil pessoas, segundo os organizadores da Expo Brasil, viveu três dias de intenso aprendizado sobre conceitos, práticas e inovações sobre desenvolvimento local e sustentabilidade. O balanço prévio do evento, realizado no Centro de Eventos Pantanal, em Cuiabá, mostra o saldo do intercâmbio de conhecimentos, divulgação e comercialização de produtos e foi além da expectativa dos participantes. O foco da exposição da maioria dos produtos não era a venda, mas sim, disseminar a informação de que é possível criar e/ou reaproveitar materiais. E, neste caso, o consenso é de que o sucesso da 7ª Expo Brasil Desenvolvimento Local é incontestável.

“A mensagem mais importante que fica é que no mundo turbulento, tanto econômico e social, houve aqui a demonstração de que a sociedade tem as melhores soluções criativas ao usar a cultura e produtos locais”, comemorou o superintendente do Sebrae Mato Grosso, José Guilherme Barbosa Ribeiro a respeito da socialização do saber na Expo Brasil. “O que mais nos sensibilizou foi a vontade, a sede pelo conhecimento do público em todos os momentos. Como cidadão, isso provocou um sentimento de dever cumprido e responsabilidade cada vez maior com Mato Grosso, o Centro-Oeste, o Brasil e a América Latina”, argumentou.

A receptividade do público que visitou a feira e a programação técnica da Expo Brasil surpreendeu. “Foi o máximo. As pessoas estavam ávidas por conhecer novas tecnologias. O público diversificado estava muito receptivo e muito interessado em trocar experiências”, ressaltou o presidente da Organização Não-Governamental (ONG) Guardiões do Mar, de São Gonçalo, Rio de Janeiro, Pedro Belga. A ONG apresentou as inúmeras possibilidades de reaproveitamento de garrafas pets e de papelão na produção de móveis e artigos de decoração.

A representante da empresa TFF Alimentos, de São Paulo, também ficou satisfeita com o movimento da feira e a demanda por informações das pré-misturas orgânicas para bolos e pães. A proprietária Irene de Oliveira constatou que muita gente não tinha a mínima idéia do que é um produto orgânico.

“Por isso, o nosso intuito na feira foi conscientizar as pessoas, conversar, mostrar o produto, oferecer para degustação. Há quatro anos participamos de eventos como este e os negócios só aparecem depois”, avaliou Irene impressionada com o interesse dos jovens que paravam para ouvir detalhes da produção de orgânicos no estande.

Mas, a empresa que está há dois anos no mercado também fez contatos promissores com uma rede de supermercados de Cuiabá, com uma loja de produtos naturais que será inaugurada em um mês na cidade e fechou pedidos com um comprador de Rondônia.

Entre os países latinos, o Paraguai destacou o interesse do público pela cultura daquele país. A diretora da Arpa Roga, Gladys Pedersen, disse que o volume de pessoas que passaram pelo estande foi muito bom. “Recebemos muitos visitantes. Nossa idéia era conhecer o estilo dos brasileiros, as cores que eles mais gostam. A divulgação dos nossos produtos como roupas e jóias de prata, foi muito interessante, principalmente, da arpa que chamou a atenção das crianças. Este é o instrumento que identifica o Paraguai no mundo inteiro”, comemorou a empresária.

VITRINE SUSTENTÁVEL – Na feira, esgotou o estoque de cachaça de cana, de kit para a produção de húmus e de sabonetes vegetais. Os expositores voltam para as cidades de origem felizes da vida com a colocação do produto no mercado, em Cuiabá. A Cooperativa de Produção Agropecuária de Canudos (Coopac), do assentamento 14 de Agosto, em Campo Verde (129 km de Cuiabá), vendeu a R$ 5,00 as garrafas de 350 ml com cachaça de cana-de-açúcar, além de açúcar mascavo, mel, farinha, temperos, doces e artesanato com fibra de banana.

“A feira foi ótima para divulgar o nosso trabalho. As pessoas ficaram muito interessadas pelo turismo rural, em conhecer o assentamento e a nossa realidade”, constatou Idalice Nunes, coordenadora política da Coopac.

Com a venda da produção artesanal familiar de sabonetes medicinais, óleos e esfoliantes naturais Cheiro de Mato, de Joinvile, Santa Catarina, Miriam Costa Marques conseguiu um retorno de cerca de 40%.

“Tivemos um retorno excelente, graças ao apoio do Sebrae. Fiquei sabendo do evento um dia antes da abertura e procurei a organização para tentar uma vaga. Por sorte, havia uma desistência”, lembra a empresária. Acostumada a participar em eventos em todo o país, ela destaca a qualidade da organização da Expo Brasil. “O evento foi superbem organizado, com uma estrutura ímpar, conheço outros locais que não têm esta estrutura. Foi um dos melhores eventos que participei nos últimos setes anos”, afirmou Miriam.

Brasília apresentou o Minhocasa, para destinação adequada de resíduos orgânicos transformados em húmus sólido e líquido. Uma idéia da Austrália foi adaptada para o Brasil. Os oito kits (três caixas unidas na vertical) do minhocasa foram vendidos na feira por R$ 195,00 e R$ 275,00. “O espaço foi totalmente propício para a divulgação do conceito de um produto voltado para a melhor qualidade de vida. Da estrutura, ao planejamento e assistência que nos foi dada, foi tudo muito bom”, considerou o gestor Administrativo, César Cassab.

O próprio Sebrae aproveitou a feira para apresentar uma proposta de produção sustentável diferenciada. A Produção Agroecológica Integrada Sustentável (PAIS), um sistema de produção orgânica de hortifruticultura e avicultura que tem o apoio da Fundação Banco do Brasil e deve ser implantado em Mato Grosso, em 2009. “Nós trouxemos 2,5 mil cartilhas e não sobrou nenhuma. Conseguimos difundir muito bem a tecnologia social que garante rentabilidade à agricultura familiar”, destacou o consultor do Sebrae da Paraíba, Valter Campos.





Fonte: 24 Horas News

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/169426/visualizar/