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Polícia Brasil
Sexta - 14 de Novembro de 2008 às 10:41
Por: Aldair Santos

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O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado - Gaeco - está investigando um homem preso em Cuiabá e suspeito de ter participado do assassinato da advogada Irene Bricatti Paz em abril de 2004, na cidade de Alta Floresta (800 km distante de Cuiabá).

A assessoria de imprensa da Polícia Civil não confirmou, mas de acordo com o site oficial da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB em Mato Grosso, Jeremias Batista de Souza, preso em Juína no início do mês, já está em Cuiabá.

Ele foi recambiado ontem para a capital para ser investigado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado – Gaeco. Embora o mandado de prisão contra Jeremias de Souza tenha sido cumprido dia 3 de novembro pela Polícia Civil de Juína, só agora o fato foi confirmado porque o inquérito corre sob segredo de Justiça.

A reportagem do site da TV Centro América levantou há pouco que Jeremias está preso da Polínter, em Cuiabá desde ontem de manhã. Ele chegou a deixar o local ontem e depois foi trazido de volta por políciais no final da tarde. Tudo indica que ele foi levado para a Delegacia de Repressão a Seqüetros da capital para ser ouvido. Jeremias de Souza será encaminhado para o presídio do Carumbé ainda nesta manhã.

Ele já teria sido interrogado ontem por várias horas na Delegacia de Repressão a Seqüestros, na capital, por policiais do Gaeco. Jeremias negou qualquer participação no assassinato da advogada Irene Bricatti Paz, morta com vários tiros no peito e três na cabeça. O assassinato da advogado aconteceu no dia 13 de abril de 2004. Ela foi executada quando saía do escritório no centro de Alta Floresta, junto com o marido Suetônio Paz, na hora do almoço.

Suetônio também levou um tiro em um dos braços, mas sem gravidade. O autor dos disparos que mataram a advogada deixou o local do crime na garupa de uma motocicleta. Jeremias é o primeiro suspeito do crime preso pela polícia.

A justiça já havia expedido um mandado de prisão contra Jeremias e a polícia procurava ele a cerca de um ano. Ele foi preso no dia 3 de novembro, em Juína, após ser baleado e socorrido a um hospital da cidade.

A polícia ainda investiga os motivos do atentado contra Jeremias, mas o certo é que, ao ser atendido no hospital, em Juína, a polícia foi comunicada que um homem vítima de atentado com arma de fogo estava internado. Ao checar a ficha do paciente, a polícia descobriu que se tratava de Jeremias, um homem procurado pela justiça.

O assasinato da advogada é um mistério e o titular da investigação, delegado da Polícia Civil na capital, Luciano Inácio, trabalha com pelo menos cinco linhas de investigação. E é em uma delas que Jeremias aparece como suspeito.

Uma irmã de Jeremias foi estuprada e morta a cerca de sete anos em Alta Floresta. A menina era pobre e o corpo dela foi encontrado próximo a uma represa da cidade. Na época, o crime chocou a cidade do interior. Após investigação, em cerca de uma semana a polícia deteve dois adolescentes suspeitos do crime, e um deles era o filho da advogada Irene Bricatti. Eles foram detidos, mas apenas um dos adolescentes assumiu toda a responsabilidade pelo crime e o filho da advogada foi libertado.

Para a polícia, Jeremias não teria acreditado na inocência da participação do filho da advogada na morte da irmã dele e como vingança teria executado a advogada em 2004. Essa é apenas uma linha da investigação. A polícia trabalha com outras hipóteses para o crime, mas o processo está sob "segredo de justiça", e a imprensa não tem acesso aos detalhes da investigação.

O delegado Luciano Inácio da Silva teria participado do interrogatório de Jeremias de Souza, ontem. O suspeito teria se mostrado muito seguro nas respostas às perguntas dos policiais, argumentando, inclusive, que não estava em Alta Floresta quando a advogada foi assassinada. Na época do crime – conforme afirmou o suspeito – ele estaria trabalhando em uma fazenda em Juara. A Polícia vai tentar entrar em contato com a pessoa apontada por Jeremias de Souza para saber se ele falou a verdade em seu depoimento.

A prisão de Jeremias de Souza pode levar a Polícia a abrir outra linha de investigação, com base numa nova versão: quem matou a advogada Irene Paz era muito parecido com um irmão de Jeremias, de nome Reginaldo, e que está desaparecido desde o crime. Ao longo do depoimento, Jeremias confirmou à polícia que um filho de Irene Bricatti Paz teria violentado e assassinado a irmã dele, mas o crime foi assumido por um menor de idade. Ele disse também à polícia que não mataria a advogada por vingança. Jeremias está preso na Polinter à disposição das autoridades que investigam o brutal assassinato da advogada.

A execução da advogada

No dia dia 13 de abril de 2004 a advogada Irene Bricatti Paz deixou o escritório entre 11h30 e meio-dia em companhia do marido, o também advogado Suetônio Paz, quando foi atingida por vários tiros de revólver no peito e três na cabeça, depois que já estava caída ao chão. O crime ocorreu na avenida Ludovico da Riva Neto, onde ficava o escritório de advocacia do casal, no centro da cidade. O marido de Irene tentou defendê-la e levou um tiro em um dos braços. O assassino fugiu na garupa de uma motocicleta pilotada por um comparsa que estava nas imediações do local do crime.

"Por enquanto, o preso é apenas objeto de investigação" – afirmou o delegado Luciano Inácio da Silva, do Gaeco, que vem trabalhando desde a morte de Irene para elucidação do crime. O delegado disse também que Jeremias de Souza não é o único preso até agora por suposto envolvimento na morte da advogada. Mas todos os detidos como suspeitos provaram inocência.

"A Secional da Ordem dos Advogados do Brasil de Mato Grosso acredita no trabalho que a polícia vem realizando para desvendar a morte da advogada Irene Bricatti da Paz. Faz mais de quatro anos que não apenas a OAB, mas a sociedade mato-grossense esperam que as autoridades policiais solucionem um dos mais bárbaros assassinatos já ocorridos no Estado" – afirmou o presidente da Ordem, Francisco Anis Faiad. Segundo Faiad, a Polícia precisa se empenhar para chegar aos assassinos, pois crimes como esse que vitimou a advogada não podem ficar impunes.





Fonte: TVCA

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