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Esportes
Quarta - 19 de Junho de 2013 às 17:18

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A estrutura de hotéis e campos de treinamentos oferecida à Espanha para a disputa da Copa das Confederações no Brasil não permitiu que o time repetisse o isolamento que conseguiu nas últimas conquistas. Durante as campanhas dos títulos da Copa do Mundo de 2010 e das Eurocopas de 2008 e de 2012, a Fúria ficou concentrada em pequenas cidades, afastada de grandes centros, com tranquilidade e sem precisar se deslocar entre os locais de hospdedagem e treino. Este ano no Brasil, no entanto, o que acontece é bem diferente, situação longe do ideal para os atuais campeões mundiais e bi da Europa.

 
Em Recife, onde estreou com vitória sobre o Uruguai por 2 a 1 do domingo, a seleção espanhola ficou hospedada em Boa Viagem, praia mais badalada da capital pernambucana. As atividades foram feitas no Centro de Treinamento do Náutico, a cerca de 10 quilômetros de distância, trajeto que foi percorrido de ônibus em 40 minutos, com a ajuda de batedores da polícia para superar o tráfego intenso. Quem teve de enfrentar o trânsito comum, fora da escolta, levou até uma hora e 30 minutos.


 
No Rio de Janeiro, a Fúria está concentrada em um hotel em São Conrado e treinam no estádio de São Januário, um descolamento de aproximadamente 16 quilômetros que também demora por volta de 40 minutos na ida e mais 40 minutos na volta, também com batedores abrindo o caminho. Nesta quinta-feira, o duelo será contra o Taiti, no Maracanã.


 
Em Fortaleza, onde a Espanha vai enfrentar a Nigéria no próximo domingo, o local de treinamento já foi alterado por um pedido da federação. Antes, os trabalhos seriam no Ceten, a 29 quilômetros da capital cearense. Porém, a longa distância não agradou aos espanhóis, que agora treinarão no Centro Esportivo da Universidade de Fortaleza, a 8 quiômetros do hotel, que fica na movimentada avenida Beira-Mar.


 
O isolamento durante a preparação foi a tática adotada pela Espanha nas grandes conquistas dos últimos anos. Na Eurocopa de 2012, o time comandando pelo técnico Vicente Del Bosque ficou na pacata Gniewino, um vilarejo com apenas 2 mil habitantes, localizado a 70km de Gdansk, no norte da Polônia. Na Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, o local escolhido foi Potchfstroom, perto de Joanesburgo, e na Euro-2008 os espanhóis se refugiaram na pequena cidade de Neustift, na Áustria. Tudo com muita tranquilidade, difícil acesso e pouco assédio de torcedores.


 
Sem contar com o afastamento que gostaria no Brasil, a delegação espanhola adota medidas para garantir a maior privacidade possível aos jogadores durante a disputa da Copa das Confederações. O contato com fãs que buscam autógrafos ou fotos tem sido mínimo e, diferentemente do que tem acontecido com outras seleções que jogam a competição, poucos atletas tem saído do hotel durante o tempo de folga.


 
Jornalistas não estão podendo circular pelos hotéis onde a seleção está hospedada, apenas a imprensa espanhola tem acesso para entrevistas exclusivas previamente agendadas. Os atletas contam com uma área reservada para refeições e lazer onde nem mesmo hóspedes comuns têm permissão de acesso. Nesta terça-feira, por exemplo, as entrevistas coletivas dos atacantes Pedro Rodríguez e Juan Mata foram alteradas para outro hotel para evitar que repórteres circulassem no local que a Fúria está concentrada.


 
A insatisfação com a logística oferecida e utilizada agora em 2013 faz com que a Espanha busque outras alternativas no país para a disputa da Copa do Mundo de 2014. O objetivo no próximo ano é encontrar um hotel que já possua campo de treinamento e facilidades adequadas, para que não exista a necessidade de deslocamento. De preferência, que esse local fique afastado dos grandes centros, para garantir a privacidade desejada.


 
Apesar de o técnico Vicente Del Bosque e nem de os atletas admitirem publicamente o problema, a insatisfação já foi tema de conversa entre o elenco. Nesta terça-feira, em entrevista coletiva, ao ser questionado sobre o assunto pelo ESPN.com.br, o atacante Pedro Rodríguez adotou um discuro político e evitou fazer críticas às condições oferecidas no Brasil, mas reconheceu que os longos deslocamentos dentro das cidades causam incômodo ao time.


 
"A verdade é que nós nos ajudamos e nos adaptamos à estrutura que tem, isso nunca foi um problema para nós. Logicamente, gostaríamos de ter os locais de treinamento um pouco mais próximos, porque seria mais cômodo, mas nada mais. Quando chegamos ao campo estamos treinando bem, estamos sendo tratados muito bem em todas as sedes que estamos indo até o momento. As coisas estão indo muito bem aqui no Brasil", disse o atacante do Barcelona.




Fonte: ESPN

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