Crise afeta reforma tributária
Em tramitação no Congresso Nacional, o projeto de reforma tributária poderá ser afetado pela crise internacional que obriga o Brasil a repensar suas estratégias de desenvolvimento, inclusive, no que tange a políticas tributárias e de sustentabilidade da economia nacional. Apesar de o deputado federal Sandro Mabel (PR-GO) já ter entregue o relatório final à mesa da Câmara Federal, o referido projeto está se tornando um "monstrengo fora de hora". Não é prudente avançar em questões tão estruturais como a reforma tributária sem sabermos ainda os reais impactos, ou melhor, a profundidade que a retração econômica terá nas projeções de receitas públicas dos Estados brasileiros.
A falta de crédito, retração de investimentos, fuga de capitais, redução de consumo, escassez de linhas de crédito para exportação, encarecimento de insumos utilizados na produção primária, crise de renda agrícola, entre outros fatores, tornam-se ingredientes na construção de um "coquetel explosivo" de nitroglicerina pura, cujos estilhaços detonarão os bolsos de milhares de brasileiros. Daí nossa insistente orientação para que as pessoas tenham cuidado ao consumir, de tal forma a gastar somente aquilo que tenham em seus orçamentos, sem extrapolar suas economias. Consumir sim, mais com moderação na sua capacidade de pagamento.
Compartilhamos com os Estados de SP, RJ, ES e MG, que na figura de seus governadores, endossam a postura do governador Blairo Maggi de racionalidade e otimismo, porém, com serenidade. Essas unidades federadas pedem ao Congresso Nacional muita cautela em projetos que podem mexer com as receitas e as despesas dos Estados brasileiros, sob o risco de o "navio bater no iceberg" ou a "vaca ir pro brejo", no nosso bom e velho linguajar cuiabano. Portanto, fica o alerta aos parlamentares federais e senadores, para que possamos juntos, Executivo e Legislativo, proteger os interesses da sociedade brasileira e, por conseguinte, de Mato Grosso.
Só para registrar, ouvi por aí que estão organizando um grupo composto por oposicionistas ao governo para alertar ao governador Blairo Maggi sobre a crise. Isso chega a ser ridículo, pois todos sabem dos cuidados e providências que nosso governador está tomando pelo interesse de Mato Grosso e do Brasil. Parecem mais "pára-quedistas da crise" que só agora acordaram. Enquanto preocupavam-se em definhar a estatura moral dos outros, nós estávamos trabalhando por Mato Grosso. Por isso convido todos os mato-grossenses e brasileiros que aqui vivem para juntos dizermos em alto e bom som: "HÁ, DÁ LICENÇA”!
* Eder de Moraes Dias é secretário de Fazenda de Mato Grosso
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