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Economia
Sexta - 07 de Novembro de 2008 às 15:08
Por: Lucélia Andrade

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Os reflexos da crise mundial iniciada nos Estados Unidos atingem também Tangará da Serra. Os principais pontos afetados no município, de acordo com o economista Elias Silva Lima, e que já começaram a surtir efeito no bolso dos consumidores, são os bens de consumo durável, como automóveis, eletrônicos e eletrodomésticos, por exemplo. Conforme o economista, uma das conseqüências da crise está relacionada também com o aumento da taxa de juros. “As empresas financiadoras tornam-se mais criteriosas. Elas estão exigindo uma entrada que pode ser ainda maior, diferente do que ocorria antes da crise”, diz o economista. Lima fala que o setor dos alimentos ainda não foi tão afetado, como ocorre no país. “Nós estamos em uma região produtora. Assim pode não haver um aumento acentuado decorrente da crise”, declara. Já no setor de combustível, o economista explica que o preço tende a baixar. A explicação seria que em razão da recessão mundial, a produção diminui, e com isso também a demanda. O preço de um barril de petróleo antes da crise afirma o economista, seria de R$ 140, com a crise o valor caiu para R$ 60.

Desde que a crise mundial iniciou, Lima afirma que os Estados Unidos tenta fazer com que seja restabelecida a confiança do mercado financeiro aos Bancos Centrais do mundo, e para isso está injetando cerca de R$ 700 bilhões de dólares para salvar alguns bancos, evitando que a crise tome uma proporção ainda maior. No Brasil, diz, algumas medidas também estão sendo tomadas, como autorização do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal para comprarem instituições financeiras em dificuldade. “Acalmando assim o mercado e evitando um certo receio de seus clientes, temendo que instituições menores possam chegar a falência”, destaca.

CRISE - Desde o século XVII, todas as crises financeiras são precedidas por bolhas. Desta vez, a bolha de crédito começou a se formar em 2001, depois da crise das empresas de internet. Sob Alan Greenspan, num período de 24 meses o Federal Reserve, banco central americano, derrubou a taxa de juros de 6% ao ano para 1% ao ano, para estimular a economia. Esse dinheiro fácil inundou o mercado, fez dobrar o valor das moradias e estimulou as empresas a emprestar sem critérios e sem garantias, com base em inovações do mercado financeiro. Wall Street aprendeu a empacotar hipotecas e outros débitos dos consumidores em títulos vendidos no mercado financeiro como papéis de primeira linha. Essa ficção financeira movimentou US$ 1,5 trilhão e ajudou os bancos de investimento a movimentar muito mais dinheiro do que poderiam em circunstâncias normais. Quando o preço das casas começou a cair e os endividados deixaram de pagar as prestações dos imóveis, tudo ruiu.

As instituições financeiras com carteiras podres começaram a quebrar em abril de 2007 e não pararam mais. De lá para cá, o mercado tenta, sem sucesso, avaliar o tamanho do rombo coletivo e decidir quem é digno de confiança. Essa interrogação paralisou o mercado mundial de crédito e transformou a crise financeira americana numa crise da economia real. (Fonte: Época)





Fonte: Diário da Serra

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