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Nacional
Quarta - 05 de Novembro de 2008 às 06:49

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Pesquisa feita a pedido da Comissão de Ética Pública, órgão vinculado à Presidência da República, mostra que a maioria dos cidadãos tolera a prática do nepotismo: 50,3% admitiram que, se pudessem, contratariam parentes. Da parcela de servidores públicos entrevistados, 32,1% disseram o mesmo.

O levantamento foi feito pelo professor Ricardo Caldas, da UnB (Universidade de Brasília), entre março e junho. Foram ouvidas 1.767 pessoas de várias profissões de todo o país e 1.027 servidores públicos de seis Estados (SP, MG, PA, PB, PR e RJ) e do Distrito Federal.

Do total de funcionários públicos entrevistados, 8,5% disseram ter obtido o cargo por meio da indicação de um parente; 16,2%, por meio de contatos políticos; 12,1% por indicação de amigos e 44,3%, por concurso público.

"Se pudesse resumir toda esta pesquisa em uma frase, eu diria que a sociedade brasileira não sabe separar o público do privado", afirmou Caldas. Em seguida, ele completou: "Tanto a sociedade civil como os próprios servidores legitimaram o nepotismo".

Para 37,5% dos próprios funcionários, os serviços públicos oferecidos no Brasil são "semi-profissionais". Um total de 18,2% escolheu "amador" como resposta, e apenas 26,7% disseram considerar os serviços públicos profissionais.

Quando questionados sobre ética profissional, 51,3% dos servidores responderam que se consideram éticos, contra 22,3% que disseram ser "às vezes" e 18,6% que responderam não. No Pará, o número dos que acreditam ser éticos "às vezes" chega a 40%. No Paraná, 36,7% não se consideram éticos. Em SP, 82% acham que são éticos.

Questionados se já deixaram de seguir alguma lei, 22,5% dos funcionários públicos disseram que sim, contra 45,3% que responderam não. A pesquisa fez várias simulações. Numa delas, a pergunta era: "se o senhor tivesse um cartão do governo [corporativo], o senhor gastaria em despesas pessoais?". 11,5% responderam que sim, contra 58,3% que disseram não; 30,2% não souberam responder.

Os resultados completos da pesquisa devem ser publicados pela Comissão em dezembro.





Fonte: Folha de S.Paulo

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