Falta dinheiro para soja, milho e algodão, diz ministro da Agricultura
O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, disse nesta terça-feira (4) que os agricultores precisam de dinheiro para concluir o plantio da safra de soja, iniciar o cultivo do algodão e semear as lavouras de milho safrinha.
No caso do algodão, as lavouras são cultivadas entre dezembro e janeiro no Centro-Oeste, que é a principal região produtora do país. A safrinha de milho será plantada no primeiro semestre do ano que vem.
O ministro disse que é "desejável" a liberação de mais R$ 5 bilhões para o financiamento da safra. Ele contou que deve se reunir nos próximos dias com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para tratar das medidas adicionais.
Para Stephanes, a idéia é liberar dinheiro para os bancos, para empréstimos para o crédito rural, ou por meio de linhas de Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC). O ministro disse que os produtores de algodão só vão plantar se houver uma garantia de crédito, especialmente para o ACC.
Ele também afirmou que o governo deu um prazo extra para pagamento das dívidas de investimento que venceram no mês passado. Do total de 5 bilhões, cerca de R$ 1 bilhão não foi pago. De maneira geral, a inadimplência no Brasil foi muito pequena. Mais da metade está concentrada em Mato Grosso. Se considerados os outros Estados do Centro-Oeste a inadimplência é de dois terços, diz ele.
Ele lembrou que os produtores desta região optaram por plantar e não por pagar a dívida. "Houve um problema localizado. Estes Estados estão plantando. Eles compraram o adubo mesmo sem o financiamento das tradings", afirmou.
Stephanes confirmou também que o Banco do Brasil estuda a criação de uma linha de crédito de ate R$ 2,5 bilhões para financiar o capital de giro das tradings, agroindústrias e fornecedores de insumos. De acordo com uma fonte do governo, a idéia é fortalecer os mecanismos de CPR. Uma das alternativa é reduzir a alíquota de IOF incidente sobre estas operações.
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