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Internacional
Terça - 04 de Novembro de 2008 às 06:49

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Mais de 130 milhões de americanos são esperados nas urnas, nesta terça-feira, em todo os Estados Unidos para escolher o próximo presidente em um provável comparecimento recorde. A votação inclui ainda cadeiras no Congresso, 11 governadores e dezenas de referendos. O horário de votação varia de acordo com cada Estado, mas os primeiros resultados devem ser divulgados na noite desta terça-feira.

Nas eleições gerais, as atenções estão voltadas para os senadores Barack Obama, democrata de Illinois, e John McCain, republicano por Arizona. Os dois são os principais candidatos à sucessão do impopular presidente George W. Bush e à administração que enfrentará a mais grave crise financeira desde a Grande Depressão, nos anos 30.

McCain, 72, nasceu no Canal do Panamá e é senador pelo Arizona em seu quarto mandato. Concorreu à nomeação republicana para disputar a Presidência em 2000, mas foi derrotado por Bush. Ele tem também longo histórico militar, se formou como oficial da Marinha dos EUA e foi convocado para lutar na Guerra do Vietnã (1958-75), currículo que inspirou seu principal lema de campanha "O País em Primeiro Lugar" e discursos inflamados sobre a luta pelos cidadãos americanos.

Já Obama, 48, nasceu em Honolulu, no Havaí, e é senador federal em seu primeiro mandato. Destacou-se na juventude pelo serviço comunitário e anos mais tarde se formou em direito pela prestigiada Universidade Harvard, onde trabalhou como professor e defensor dos direitos civis em Chicago.

Os dois senadores passaram boa parte da campanha trocando duros ataques e dividindo a liderança das pesquisas. Contudo, com o estouro da crise financeira nos EUA, o democrata Obama consolidou sua margem nas pesquisas e chega à votação desta terça-feira como grande favorito. A disputa presidencial inclui ainda 11 candidatos de partidos nanicos. Como o independente Ralph Nader e o libertário Bob Barr, que, segundo as últimas pesquisas Zogby, têm 1% das intenções de voto cada.

Eleições indiretas

O resultado das urnas desta terça-feira, contudo, ainda não define o próximo presidente. No sistema de votação indireta americano, o voto popular deve ser ratificado pelos representantes dos colégios eleitorais.

Os colégios eleitorais são formados por um número de representantes proporcional à população de cada Estado. Estes representantes, chamados de eleitores, se reúnem no dia 15 de dezembro para declarar o voto que pode, ou não, seguir a votação popular em seus respectivos Estados. O resultado só será divulgado no dia 6 de janeiro, quando efetivamente os EUA elegem seu novo presidente.

Congresso

Em uma escolha de conseqüências tão importantes quanto à votação presidencial, os americanos poderão votar também para os 435 membros da Câmara dos Deputados --cuja liderança está na mão dos democratas-- e para 35 das 100 cadeiras do Senado.

Mais do que definir a maioria no Congresso, a eleição legislativa deste ano pode dar um monopólio do controle aos democratas.

Se confirmarem o favoritismo apontado pelas pesquisas, e em parte construído em cima da popularidade de Obama, os democratas podem conquistar mais de 60 cadeiras no Senado e vetar o "filibuster", que consiste em um senador discursar para tentar atrasar e, efetivamente, bloquear a votação de um projeto.

Governadores

Na cédula de votação desta terça-feira, eleitores de 11 Estados também podem eleger governadores. As disputas devem ser acirradas em Indiana, Carolina do Norte e Washington, enquanto os republicanos tentam tirar a pequena maioria dos democratas nas cadeiras governamentais.

A competição é uma prévia para 2010, quando quatro de cada cinco Estados vão eleger seus governadores. Democratas mantêm uma vantagem de 28 a 22 entre os governadores do país, maioria que ganharam em 2006, depois de mais de doze anos em minoria.

Referendo

Além da escolha do novo presidente e do Congresso, os eleitores de 36 Estados se pronunciarão em referendo sobre mais de 150 propostas, impulsionadas por legisladores ou pedidos populares.

Este ano ganham importância assuntos sociais, em vez de temas tributários e orçamentários, como no passado. Assim, os eleitores de Califórnia, Arizona e Flórida decidirão se querem proibir o casamento entre homossexuais em seus estados. No Colorado e na Dakota do Sul se votará sobre o direito ao aborto, e nesse primeiro estado e em Nebraska os eleitores terão de decidir sobre programas públicos de assistência com ênfase em minorias.

Algumas das "iniciativas de cidadãos", movidas por uma variedade de grupos de pressão e interesses particulares, incluem temas tão variados como a proteção de porcas prenhas, a restrição ao aborto e a implementação de energia renovável.





Fonte: Folha Online

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