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Nacional
Sábado - 01 de Novembro de 2008 às 11:16
Por: Márcio Leijoto/Direto de Goiân

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O segurança Daniel Morais de Jesus, 23 anos, se apresentou à polícia na manhã de sexta-feira, 10 dias após ter supostamente matado o estudante Kerssio, 17 anos, no pátio do Colégio Estadual Deputado José Luciano, no setor Rio Formoso, periferia de Goiânia (GO). Jesus, que estudava na mesma turma que a vítima, alegou que agiu em legítima defesa e que a arma disparou acidentalmente.

Kerssio foi morto com um tiro no coração, supostamente após tentar separar uma briga entre Jesus e um amigo da vítima, também de 17 anos. Os dois teriam começaram a discutir durante uma aula de física do 3º ano, quando o adolescente se levantou para falar com o professor e atrapalhou a visão de Jesus, que anotava uma lição. Os dois iniciaram uma breve discussão, que foi interrompida pelo professor, mas continuou após o término das aulas.

Na saída da escola, Jesus procurou o jovem e os dois começaram a brigar. Kerssio, que estava junto, colocou o material escolar em cima de um carro e foi separar os dois.

Durante o bate-boca, a vítima teria falado um palavrão. Logo em seguida, Jesus teria sacado uma arma e atirado contra o estudante. Ele ainda teria apontado a arma para outros dois jovens, mas decidiu fugir em uma moto.

Testemunhas relataram que o vigilante costumava ir armado para a escola. No depoimento, Jesus contou que comprou uma arma após ter sido assaltado. Ele disse também que só sacou a arma na hora da briga para intimidar os estudantes. A arma teria, segundo ele, disparado no momento em que Kerssio tentou tirá-la dele.

Para o delegado Jorge Moreira, titular da Delegacia Estadual de Homicídios (DEH), o vigilante sacou a arma com intenção de atirar no estudante. Ele foi indiciado por homicídio duplamente qualificado (por motivo fútil e por não dar à vítima chance de defesa). "Ele pode alegar o que quiser, é o direito dele. Vai tentar dizer que foi um acidente. Mas o que importa são as provas", disse Moreira.

O depoimento durou mais de uma hora. Jesus vai aguardar a conclusão do inquérito em liberdade. A arma não foi entregue à polícia porque Jesus disse que a jogou em um rio após o crime. Jorge Moreira aguarda a entrega do laudo cadavérico e da perícia feita no local do crime. "Já ouvimos todo mundo que precisávamos."

O delegado diz que não vê motivos para prender Jesus. "De acordo com a lei, ele pode aguardar em liberdade. É réu primário, não atrapalhou as investigações, compareceu dentro do prazo legal e tem residência fixa. Não haveria como justificar a prisão neste momento do processo", explicou.





Fonte: Especial para Terra

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