Bancos cogitam aumentar juros para compensar medida do BC
Alguns bancos já cogitam a possibilidade de aumentar o "spread" (preço do dinheiro cobrado pelos bancos) após a decisão do Banco Central de cortar a remuneração de grandes instituições financeiras que não comprarem crédito de instituições menores com falta de dinheiro. A informação é da coluna Mercado Aberto, de Guilherme Barros, publicada na Folha.
A decisão do BC, que incide sobre o compulsório dos depósitos a prazo, serve para acelerar a compra de carteiras de crédito das instituições financeiras de pequeno e médio portes e injetar liquidez no mercado.
Segundo a coluna, as instituições bancárias consideraram a medida do BC bastante dura. O argumento dos bancos para não comprarem as carteiras de crédito na velocidade pretendida pelo BC é que muitas dessas operações são de alto risco e exigem uma avaliação complexa para fechar o negócio.
Hoje, o dinheiro do compulsório sobre depósitos a prazo é recolhido na forma de títulos públicos. Ou seja, o banco recebe uma remuneração igual a do título. Agora, os bancos irão recolher apenas 30% dessa forma, sendo que os outros 70% vão ficar parados no BC.
Para não sofrer essa punição, os grandes bancos terão de comprar carteiras de crédito e outros papéis de bancos menores que estejam com problemas de liquidez (falta de dinheiro).
Falta de dinheiro
A falta de dinheiro em circulação e a retração do crédito são os principais reflexos da crise financeira internacional no Brasil. Com bancos internacionais com problemas, cai a confiança para realização de empréstimos entre bancos e países, e quando eles ocorrem, ficam mais caros e com prazos mais apertados.
O Banco Central já injetou cerca de R$ 51 bilhões na economia no mês de outubro com as mudanças anunciadas nas regras dos depósitos compulsórios. Ao todo, as medidas do BC podem significar a liberação de mais de R$ 100 bilhões na economia.
À medida que esses recursos saem do BC e são injetados na economia, o total de dinheiro em circulação aumenta. Quando isso acontece, a tendência é de queda dos juros o que facilita o acesso.
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