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Tecnologia
Quinta - 30 de Outubro de 2008 às 12:29

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O gigante da internet Google está fazendo cortes de custos em uma área considerada base de sua estratégia corporativa: a comida. Em meio à crise financeira mundial, escritórios da empresa nos Estados Unidos têm mudado sua política sobre o assunto, restringido comida grátis, entre guloseimas e refeições, para cortar gastos.

No Google, incluindo a unidade no Brasil, funcionários têm acesso a refeições e outros aperitivos, distribuídos pelo escritório. No entanto, um memorando interno vazado pelo site de fofocas do Vale do Silício Valleywag está dando frio na barriga dos funcionários da companhia.

A diretoria do escritório de Nova York informa que o menu do café da manhã será "simplificado" e que guloseimas presentes nas cozinhas da empresa serão alteradas --uma pesquisa será feita para que os funcionários escolham as preferidas.

Em Mountain View, na sede da empresa, um outro documento regulamenta o convite para que funcionários tragam amigos e familiares para as refeições.

Agora, só será permitido levar dois visitantes por mês para comer, incluindo o almoço e o jantar. O memorando também esclarece que pratos servidos durante o jantar são destinados a quem estiver trabalhando e não devem ser levados para casa.

Segundo o Google no Brasil, não há planos de implementar medidas idênticas no país, mas funcionários já foram orientados para o "uso consciente" da comida no escritório, "principalmente em tempos de crise".

Solidariedade

De acordo com o novo presidente da empresa no país, Alex Dias, as mudanças na comida não refletem uma crise nos negócios. "Eu vejo mais como um ato de solidariedade a outras empresas e a muitos de nossos clientes, que passam por momentos difíceis", afirma o executivo. "Não vai ser no chocolate que o Google vai reduzir custos."

O Google registrou um lucro líquido de US$ 1,346 bilhão no terceiro trimestre deste ano, um aumento de 26% em relação ao mesmo período do ano passado. Os números superaram as expectativas dos analistas, que tinham previsto que a crise econômica e a recuperação do dólar afetariam o site de buscas.

Para Dias, que antes de assumir o cargo dirigia as operações da DirecTV na Argentina e Uruguai, a internet pode sair fortalecida dessa crise. Ele afirma que o mercado pode atrair verbas de outras mídias, que são mais caras.

"Podemos atrair pequenos 'budgets' [orçamentos]. Em um momento de corte de custos, podemos mostrar os benefícios de um sistema mais focado, mensurável", diz o executivo, referindo-se principalmente aos links patrocinados, carro-chefe do faturamento do Google.

Dias assume o cargo antes ocupado por Alexandre Hohagen, que era presidente do Google no Brasil desde 2005 e foi promovido a diretor-executivo do Google para a América Latina. Com a mudança, as operações da empresa para a região deixam Mountain View, na Califórnia, e passam a ser controladas de São Paulo.

O novo presidente é formado em engenharia pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), com MBA em gestão pela Universidade da Califórnia. Além da DirecTV, ele trabalhou também na Sky. Até ser contratado pelo Google, ele afirma ter feito 15 entrevistas para conseguir a vaga.





Fonte: Folha Online

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