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Polícia Brasil
Quinta - 30 de Outubro de 2008 às 06:00

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Mais de R$ 1,1 milhão em cheques foram apreendidos na operação Cobrador, deflagrada na manhã desta quarta-feira, no município de Campo Verde (131 km ao sul de Cuiabá) pela Polícia Judiciária Civil. O dinheiro, segundo a assessoria da Polícia Civil, comprovaria a atuação ilícita da máfia da cobrança em pelo menos oito municípios do Estado de Mato Grosso.

As folhas de cheques foram encontradas dentro de um cofre apreendido na casa de Osvaldo Cirilo, apontado pela polícia como o chefe da quadrilha que atuava em quatro municípios do Sul do Estado: Campo Verde, Primavera do Leste, Jaciara e Rondonópolis, além de Chapada dos Guimarães, Tangará da Serra, Rosário Oeste e Sinop.

No cofre também foi encontrada uma espingarda calibre 12, munições, documentos de veículos e escrituras de imóveis. Segundo o delegado Fernando Vasco Spinelli, os cheques e documentos eram dados como garantias dos pagamentos de empréstimos. "As pessoas procuravam o agiota para pegar dinheiro a juro e quando não conseguiam pagar eram cobradas com prática intimidatória", explicou o delegado.

Investigação

No esquema de agiotagem, a polícia identificou 15 pessoas. Destas, seis eram responsáveis diretamente pelas extorsões realizadas com truculência e intimidação e nove davam apoio nas cobranças de dívidas de empresários e pessoas comuns da região. "As pessoas que estavam devendo no mercado, principalmente para o líder do grupo, eram coagidas e ameaçadas", disse o delegado regional de Rondonópolis, Jales Batista Silva.

As investigações iniciaram em março deste ano, quando uma vítima cansada das ameaças e de ser extorquida fez uma denúncia à polícia. A vítima contou à polícia que, como forma de intimidação, teve seu cachorro envenenado.

Conforme a polícia, nas cobranças o grupo chegava a marcar data para realização do pagamento. O credor era também obrigado a assinar notas promissórias, confissão da dívida, passar cheques e dar imóveis como garantia do pagamento.

Com as apreensões a polícia espera que novas vítimas compareçam à delegacia para oferecer denúncias. Participaram da operação seis delegados e 35 investigadores de polícia.

Três presos

Três pessoas acusadas de envolvimento com o esquema de cobrança foram presas na operação. São elas Marcilei Cardoso Cavalcanti, que é oficial de justiça, Marclean Menezes Lopes, agente prisional, e Jovair Rodrigues da Silva, apontado como sendo o "braço direito" do chefe da organização criminosa, Osvaldo Cirilo, um comerciante do ramo de postos de combustíveis que está foragido. Contra ele há mandado de prisão. O agente prisional Marclean Menezes Lopez sofreu um acidente na terça-feira (28), em Rondonópolis. Assim que receber alta, ele deve ser encaminhado para a delegacia.

Na casa de um dos presos, Jovair Rodrigues da Silva, foram apreendidos dezenas de documentos que comprovariam as cobranças ilegais, um colete à prova de balas, cheques, notas promissórias assinadas, escritura pública e papéis com confissão de dívida. Durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão na residência do principal suspeito, Osvaldo Cirilo, os policiais encontraram uma espingarda calibre 12, documentos, um cofre lacrado e munições.

São procurados: Rosiel Lopez, Eguinaldo Jerônimo Aguiar, Zelmon Aparecido Sates Rocha, e o empresário Osvaldo Cirilo, acusado de agiotagem e contratar este grupo. Os presos vão responder por crimes de extorsão, constrangimento ilegal, ameaça, agiotagem e formação de quadrilha.





Fonte: TVCA

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