Dólar fecha a R$ 2,32; Bovespa sofre retração de 6,61%
As intervenções do Banco Central não foram suficientes para impedir o dólar comercial voltasse a subir nas operações finais desta sexta-feira. Em meio ao nervosismo generalizado dos investidores, e a derrocada das Bolsas de Valores, a taxa de câmbio bateu R$ 2,327, na venda, o que representa um acréscimo de 0,95% sobre a cotação de ontem.
Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi cotado a R$ 2,410, praticamente estável sobre a taxa anterior.
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) amarga perdas de 6,61% e atinge os 31.583 pontos (pelo índice Ibovespa). O giro financeiro é de R$ 3,4 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York cai 3,32%.
Tem se tornado uma prática regular a intervenção "agressiva" do BC no câmbio para tentar deter a volatilidade que tomou conta desse mercado há meses. Hoje, por exemplo, os preços da moeda americana oscilou entre a cotação mínima de R$ 2,279 e a máxima de R$ 2,400.
Nesta sexta-feira, a autoridade monetária manteve o estilo de atuação, vendendo dólares no mercado à vista e no mercado futuro. O BC vendeu dólares em dois leilões: o primeiro, realizado às 10h54, e o segundo, às 15h32. A instituição financeira também fez dois leilões de "swap" cambial, o primeiro às 11h15 e o segundo, às 12h45, quando colocou no mercado US$ 752 milhões desses contratos.
Esse tipo de contrato oferece proteção aos investidores contra a alta da moeda e, portanto, tende a diminuir as pressões sobre a cotação.
Recessão
A perspectiva de uma recessão global assombra os mercados há meses. Hoje, investidores e analistas tiveram essa percepção reforçada pela notícia de que o PIB do Reino Unido sofreu no terceiro trimestre queda de 0,5%, primeira queda em 16 anos. O próprio primeiro-ministro, Gordon Brown, já havia alertado nesta semana sobre a possibilidade de uma recessão no Reino Unido.
Ontem, o ex-presidente do Federal Reserve (banco central dos EUA) Alan Greenspan alertou que os Estados Unidos estão no meio de "um tsunami creditício", e que a turbulência financeira o deixou "em um estado de estupor.
Empresas
A temporada de divulgação dos balanços trimestrais é, hoje, uma das principais fontes de estresse no mercado. A cada número divulgado, os investidores e analistas vêem reforçado ou amenizado seu pessimismo quanto ao ritmo de desaceleração econômica mundial. Hoje, divulgou os dados do terceiro trimestre a Sansumg,
Ontem, a americana Xerox revelou lucro líquido de US$ 229 milhões no acumulado de nove meses do ano, resultado 70% abaixo do registrado em idêntico período de 2007.
No front doméstico, a Vale do Rio Doce surpreendeu e anunciou lucro de R$ 12,433 bilhões no terceiro trimestre de 2008, um incremento de 167% sobre o resultado para o mesmo período no ano passado. Além dos ganhos operacionais, a desvalorização do real ante o dólar também colaborou para o resultado positivo. Segundo a mineradora, esse efeito contribuiu para elevar o ganho no trimestre em R$ 2,849 bilhões.
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