Com crédito curto, consumidor deve redobrar atenção com cheque especial
Uma pesquisa do Banco Central (BC) mostra que o cheque especial é o tipo de crédito mais caro do país. E as taxas de juros variam muito conforme o banco. Em tempo de crédito curto, o correntista também deve ficar atento aos encargos.
Consertar lataria de carro é fácil para o funileiro Anderson de Oliveira é fácil. Difícil é sair do cheque especial. Ele nem sabe o valor da dívida direito. A conta foi bloqueada.
“Eu depositava o dinheiro dos cheques que ia entrar. Aí o banco pegava pra cobrir o saldo devedor e devolvia os cheques. Aí foi virando uma bola de neve”, lembra ele, que hoje tem o nome incluído no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC).
Segundo o Banco Central, o cheque especial é o crédito mais caro do mercado. Os juros são até três vezes maiores do que os dos empréstimos pessoais.
Quem usa esse recurso deve ficar bem atento: uma pesquisa mostra que, de um banco para o outro, a diferença das taxa cobrada passa de 100%. Entre os 11 maiores bancos do país, a taxa média varia de 6% a 12,5% ao mês.
Buscando uma saída
Mas, para quem excede o limite de crédito, os juros ficam ainda mais altos, alerta o economista Paulo Henrique Cotta Pacheco. Por isso, Anderson hoje paga quase 14% ao mês no banco que cobra em média menos de 9%.
Além dos juros, o saldo devedor cresce também com multas e encargos como Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A dívida do funileiro era de R$ 810 há três meses. Como ele já excedia o limite de crédito, pagou taxas de mais de R$ 100 nos últimos meses. Hoje, a dívida já subiu para R$ 1,5 mil.
A saída, de acordo com Cotta Pacheco, é buscar formas de diminuir a dívida. “Minha sugestão é conversar com o seu patrão para antecipação do 13º de R$ 1,2 mil. Pegar com a sua mãe os R$ 300 que você disse que é possível e quitar liquidar a fatura junto ao banco”, diz o economista.
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