Crise externa reduz confiança da indústria, revela pesquisa
O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), divulgado hoje (21), ficou em 52,5 pontos, 5,6 pontos abaixo do apurado em julho e 7,9 pontos menor que o de outubro do ano passado. Esse índice é resultado de pesquisa trimestral feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), com 1.443 empresas.
De acordo com a CNI, “a queda na confiança da indústria se intensificou com o agravamento da crise financeira internacional, o aumento das incertezas quanto ao cenário externo e suas conseqüências no mercado doméstico”.
Entre os executivos das grandes empresas, a queda na confiança foi maior do que a de empresas de outros portes. A redução foi de 8,4 pontos na comparação com julho e o ICEI das grandes empresas situou-se, pela primeira vez desde o início da série em 1999, abaixo do índice das pequenas empresas. As grandes empresas têm índice de 51,5, as pequenas de 53,6 e as médias de 52,6 pontos.
“Essa situação decorre, em parte, [do fato de a] crise estar afetando com maior intensidade as empresas exportadoras, que vêm enfrentando dificuldades na obtenção de financiamento”, informa o boletim da CNI. De acordo com a entidade, 80% das grandes empresas são exportadoras, percentual que cai para 23% entre as pequenas. Ontem, o Banco Central realizou o primeiro leilão com o objetivo de estimular o financiamento às exportações.
O índice de expectativa para os próximos seis meses também recuou, de 61,6 para 53,4 pontos. O otimismo do empresário em relação à sua empresa, para esse mesmo período, foi reduzido de 64,6 para 56,9 pontos, enquanto que em relação à economia caiu de 55,4 para 46,7 pontos.
Segundo a CNI, dos 27 setores considerados, apenas o setor Bebidas manteve o índice praticamente igual ao de julho (56,5 para 56,6 pontos). Seis setores registraram índices inferiores a 50 pontos em outubro: Álcool, Couros, Borracha, Calçados, Papel e Celulose e Madeira. Em julho, apenas dois setores registraram índices inferiores a 50 pontos.
A pesquisa da CNI foi feita entre os dias 30 de setembro e 20 de outubro de 2008, com 798 pequenas empresas, 433 médias e 212 grandes.
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