Muricy e Luxemburgo cuidam do emocional para vencer clássico
Para o Palmeiras, o lado emocional pode fazer diferença no clássico. Por isso, Vanderlei Luxemburgo escolheu a cidade de Atibaia, a 70 km da capital, para "fazer a cabeça" de seu time. No São Paulo, Muricy Ramalho também tem cuidados. E dispensa até a "preleção" que o presidente Juvenal Juvêncio disse que faria com a equipe na véspera do jogo de domingo.
Na reta final do Brasileiro, em que os dois times já se conhecem e as jogadas já foram estudadas e trabalhadas à exaustão nos treinamentos, a aposta dos técnicos é o foco em apenas motivar os atletas, e não colocá-los sob pressão.
"O jogo pode ser agressivo ou cauteloso. Sei que do outro lado tem um técnico que conhece o campeonato, gosta de ganhar e também esquenta a cabeça comigo", disse Luxemburgo.
"O campeonato deve ser decidido numa jogada que não foi treinada. Já perdi um título com gol de barriga [o Estadual do Rio de 1995, para o Fluminense, quando treinava o Flamengo]. A parte emocional vai ser muito importante. A característica dos jogos do segundo turno é diferente, pois você não tem mais uma outra partida contra o adversário. E o que vai estar em jogo é a aproximação ou o distanciamento do título", falou o técnico do Palmeiras.
A idéia de Luxemburgo ao levar o time para Atibaia foi repetir a estratégia vitoriosa adotada contra o Cruzeiro, outro concorrente ao título.
"Foi a mesma coisa. Passamos a semana aqui trabalhando, precisávamos ganhar em Minas e conseguimos o nosso objetivo", comentou o lateral-direito Élder Granja ao rememorar a vitória palmeirense por 1 a 0, gol de Diego Souza.
No São Paulo, Muricy Ramalho abriu mão de confinar seus atletas. E também de um eventual papo do presidente com o grupo. "Acho que ficar se reunindo toda hora atrapalha. Isso só vale quando a coisa está ruim, e não é o caso agora."
"Nosso presidente é assim: quando ganha não fica tão entusiasmado e quando perde não é o fim do mundo", analisa.
Mas, nesta campanha, pelo menos em duas ocasiões a pressão para fazer o time engrenar veio de cima para baixo. Quando o São Paulo vinha de três empates e tinha um confronto contra o Flamengo, partiu de Juvenal Juvêncio a ordem do "tratamento de choque" --na semana, os jogadores foram submetidos a treinos em dois períodos no CT do clube.
Contra o Ipatinga, fora de casa, o dirigente chamou os jogadores Jorge Wagner e Rodrigo a sua casa e, numa conversa reservada, cobrou reação imediata da equipe. Nas duas intervenções do dirigente tricolor, a tática deu certo: o São Paulo bateu o Flamengo, no Morumbi, por 2 a 0 e derrotou o Ipatinga, em Minas, por 3 a 1.
"O fato é que temos que vencer agora porque começamos o Brasileiro devendo. E minha função é preparar o time para isso", resume Muricy.
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