Por privacidade, seleção deixa hotel "xará" de patrocinador com que rompeu e divide comissão técnica

Em 10 de maio passado, a Fifa anunciou que o Brasil se hospedaria no Seara Hotel para o jogo desta quarta-feira, contra o México, em Fortaleza, pela Copa das Confederações.

O hotel, que leva o mesmo nome do frigorífico com que a CBF rompeu contrato de patrocínio recentemente por falta de pagamento da empresa, fica situado na praia de Meireles, que tem o maior número de turistas da capital cearense.

Mas os planos mudaram. O time está no Marina Park, numa área bem mais isolada de Fortaleza. E é ainda o mesmo hotel que a seleção se hospedou em 2002, no último jogo no Brasil antes do embarque para a conquista do pentacampeonato, também com Felipão no comando. Foi o próprio Felipão que ligou para o hotel pedindo quartos para o time, cerca de uma semana depois do anúncio que o time ficaria no Seara.

A assessoria da CBF nega que houve "superstição" de Felipão na escolha do Marina Park. Alega que a decisão foi pelo estabelecimento oferecer maior privacidade e ter mais espaço para as atividades da imprensa, como local para estacionamento de carros de transmissão e sala de coletivas.

Mas a opção de última hora causou transtornos para a comissão técnica. O hotel tem 315 apartamentos, mas muitos deles já estavam reservados para outros hóspedes.

De acordo com Elizeu de Barros, diretor do hotel, a CBF pediu 47 apartamentos, mas ele só conseguiu 30, que ainda assim já estavam reservados. A maneira para abrir espaço foi oferecer o pagamento de diárias a quem desistisse de ficar lá em outros hotéis.

Então não havia espaço para todos. O jeito foi levar para o Seara boa parte da comissão técnica, como dois médicos, um preparador físico, um fisioterapeuta e o administrador do time, além da maior parte da equipe que produz o site da CBF.

A confederação já deu mostras que não tolera qualquer associação com a Seara, que no balanço da CBF de 2012 já aparecia com uma dívida milionária. Na semana passada, em Goiânia, foi improvisada uma faixa branca sobre a marca da empresa enquanto novos uniformes de treino não eram confeccionados.