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Nacional
Quinta - 16 de Outubro de 2008 às 05:38

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O seqüestro de uma adolescente pelo ex-namorado em um conjunto habitacional do Jardim Santo André, em Santo André (Grande São Paulo), iniciou sua terceira manhã seguida nesta quinta-feira. O ajudante de produção Lindemberg Fernandes Alves, 22, deixa a garota, de 15 anos, sob a mira de uma arma desde a tarde de segunda-feira.

A polícia tentou manter as negociações com o seqüestrador durante a madrugada, mas não obteve sucesso. Às 6h30 de hoje, o cárcere completou 65 horas de duração.

O contato regrediu na tarde de ontem, quando o caso parecia estar próximo do fim. Segundo o coronel Eduardo José Félix de Oliveira, comandante do Policiamento de Choque, o ajudante havia prometido se entregar após o almoço, mas voltou atrás. À imprensa Alves disse que vai entregar as armas para a adolescente e que vai se entregar, mas não estipulou hora.

O coronel atribuiu a mudança de comportamento a uma entrevista feita com Alves ao vivo pelo programa de Sônia Abrão, na RedeTV!, pouco depois da promessa de que soltaria a ex-namorada.

"Agora ele está se sentido um reizinho. Diz que se entrega quando quiser. Minha tropa está lá há três dias", disse o comandante. Segundo o coronel, apesar de ter mudado de comportamento, Alves manteve o contato com os policiais e as conversas continuaram durante a noite de quarta.

Família

"Eu queria falar para ele se entregar porque minha mãe e todos nós estamos sofrendo muito", afirmou Suzi Fernandes Alves, 26, uma das irmãs de Alves.

O pai e a mãe da adolescente mantida refém acompanham o seqüestro de um prédio em frente ao edifício onde a filha é mantida em cárcere privado. Acompanhados de religiosos, eles afirmaram à Folha Online que, por influência da filha deles, Alves chegou a ir por algum tempo à igreja evangélica que a família freqüenta. Amigos afirmaram que o rapaz sempre se mostrou tranqüilo.

Por volta do meio-dia, a mãe da garota se desesperou ao vê-la aparecer na janela. Ela gritou bastante, mas foi contida por amigos. Chorando bastante, a adolescente gesticulou para pedir calma à mãe enquanto usava uma corda feita com lençóis para pegar alimentos.

Desfecho

"Na situação que eu 'tô' não dá para parar e pensar nisso", disse Alves ao ser questionado pela Folha Online na tarde desta quarta-feira sobre o que pretende fazer após libertar a ex-namorada.

Ele conversou rapidamente com a reportagem, por telefone. "Tô preocupado com todo mundo", disse ele sobre sua família. Mais cedo, Suzi Fernandes Alves, 26, uma das irmãs do rapaz, disse que a mãe deles está sendo medicada com calmantes desde que ele invadiu o apartamento da ex-namorada.

A adolescente foi rendida em casa, quando estudava com três amigos --uma menina e dois garotos, todos já libertados. A menina libertada ontem prestou depoimento por aproximadamente seis horas, na tarde desta quarta.

Inconformado com o fim do namoro, Alves invadiu o apartamento onde mora a ex-namorada por volta de 13h30 do último dia 13. De acordo com familiares, eles namoraram por três anos e terminaram há um mês, por iniciativa dele. Ela teria se recusado a reatar.

Ele está armado com dois revólveres e tem um saco cheio de balas, segundo a polícia. Desde o início do seqüestro, ele disparou quatro tiros em direção às pessoas que acompanham a movimentação --dois na noite de segunda e dois na terça-feira. Ninguém se feriu.





Fonte: Folha Online

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