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Cidades/Geral
Quarta - 15 de Outubro de 2008 às 12:13

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Índios da etnia Enawenê Nauê avisaram ontem que estão dispostos a invadir as outras 4 Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) em construção pela Juruena Participações e Investimentos S/A, no rio Juruena. Uma das obras foi invadida no sábado (11) pela manhã por 242 índios.

A área das PCHs fica fora dos limites da aldeia. Mas o motivo de os indígenas agirem dessa forma, conforme um integrante da etnia, Shiró Enawenê, eles discordam da construção de um total de 83 PCHs que vão ser feitas pela empresa no local. Eles alegam que, como o peixe é o principal alimento daquela população e, por já sentirem a água ficando com sedimentos das obras, não tiveram alternativa senão paralisar as obras dessa forma.

Em reunião ontem com o administrador da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Juína, Antônio Carlos Ferreira de Aquino, o índio Shiró contou tudo o que fizeram. Disse que ameaçaram os funcionários para que saíssem e que a Funai não teve nada a ver com isso e nem sequer o órgão foi consultado sobre o que os indígenas iriam fazer. Shiró disse que toda a aldeia é composta por 520 índios e que todos estão dispostos a lutar para impedir a conclusão das obras. "Já estamos reunindo (sic) para ver o que faremos agora", alertou o índio.

Com relação ao processo que a empresa disse que iniciaria contra a Funai, o administrador disse que o órgão vai se defender de todas as maneiras e provar que não é o culpado.

Polícia - Aquino falou que encaminhou ontem, ofício à Procuradoria Federal Especial da Funai para que providencie o acesso da Polícia Federal (PF) a todos os locais e testemunhas do fato para que sejam apurados quem são os agentes culpados pelo ato "sejam índios ou órgãos públicos e não públicos que estejam por trás".

A Funai conta que alertou os indígenas de que a violência não é saída. Mas reconhece que não há ação jurídica possível no momento uma vez que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, deu parecer favorável a conclusão das obras. "O órgão tenta fazê-los entender que esta é a lei, mas eles não querem aceitar".





Fonte: A Gazeta

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