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Economia
Terça - 14 de Outubro de 2008 às 11:48
Por: Marcos Coutinho

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No próximo dia 26 de outubro, quando os eleitores irão às urnas escolher quem poderá comandar o destino de Cuiabá para os próximos quatro anos, a usina termelétrica de Cuiabá, um investimento de US$ 750 milhões para produzir até 500 megawatts/dia, correrá sério risco de não gerar um só watts sequer ou energia para acender uma lâmpada de 127 volts por falta de gás.

Ou seja: o impasse a cerca do fornecimento de gás que é importado da Bolívia ainda deve permanecer por conta da falta de um empenho maior das autoridades federais brasileiras, tanto políticas quanto diplomáticas, além de uma cobrança mais efetiva do governo estadual.

Sem funcionar desde o dia 26 de agosto de 2007, um ano e 44 dias, com gás natural, a Termelétrica Mário Covas já pode ser considerado um "elefante branco". Aliás, a inércia da União e, em parte do governo estadual, demonstram o elefante poderá até ser chamado de "mamute branco".

Projetada para gerar 480 megawatts, com potência firme, a usina é controlada hoje pela anglo-holandesa Shell e pela norte-americana Ashmort Energy. E para tirar o "mamute do sono" de um ano e dois meses, são necessários 2,2 milhões de metros cúbicos de gás por dia, uma bagatela perto dos 31,06 milhões de metros cúbicos que o governo boliviano oferta para a Petrobras e para a Britshi Gas.

E optar pela geração de energia com óleo diesel, como foi tentado em abril deste ano, só em caso de emergência, pois seriam necessários 2,2 milhões de litros do combustível por dia para "girar as turbinas".

Inaugurada em 1999 pelo então governador Dante de Oliveira (já falecido), a termelétrica era considerada a "salvação da pátria,. a salvação da lavoura etc", porque naquela época Mato Grosso era importador de energia, havia racioinamentos e ninguém se atrevia a investir mais no Estado. Funcionou um ano com diesel até que o barato gás boliviano viesse pelo gasoduto construído pela Enron, gigante norte-americana que "assinou" a obra gigantes antes de sucumbir e entrar em concordata por conta de estripulias contábeis e financeiras de seus sócios.

Tudo corria bem até que o presidente da Bolívia Evo Moraes decidiu estatizar as reservas e expropriar os bens de indústrias brasileiras em território brasileiro, que praticamente "ganhavam" o gás pela irrisória quantia US$ 1,19 por milhão de BTU (Britshi Termal Unity). Morales pressionou o quanto pôde e obteve um preço de US$ 4,2 por milhão de BTU, ainda uma bagatela em comparação com os preços praticados na América do Norte e Europa.

Mesmo assim, Morales se contentou com o "pouco", o que representa muito para o sofrido povo boliviano, cuja elite sempre "vendeu" as riquezas naturais do país ao longo da história.

"Sem ingerência diplomáticas e políticas nós não sairemos de onde estamos", ponderou Fábio Garcia, diretor coemrcial da Patanal Energia, empresa que administra o paquiderme metálico, em entrevista exclusiva concedida para o Olhar Direto.

Detalhe: Mato Grosso só não registou um colapso energético porque o linhão Itumbiara-Cuiabá foi turbinado nos últimos anos para suprir os 800 megawatts que o Estado precisa todos os dias para produzir suas riquezas e gerar emprego e renda. Com os 480 megas da termelétrica, voltaríamos a ser exportadores de energia, mas por enquanto o paquiderme se mantém adormecido, estático e sem volts e sem watts.





Fonte: Olhar Direto

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