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Economia
Sexta - 10 de Outubro de 2008 às 12:55

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva descartou nesta sexta-feira, durante entrevista a agência de notícias, no Palácio do Planalto, o uso de pacote para combater os efeitos da crise internacional sobre a economia brasileira.

Segundo ele, o Brasil já teve muitos pacotes e por isso "quebrou a cara muitas vezes". "Comigo não tem pacote. Serão medidas a medidas, pontuais", afirmou o presidente.

Ele lembrou que, desde setembro, já vem alertando sobre os riscos da crise financeira provocada pela inadimplência do setor imobiliário americano, chamado "subprime". "É como boletim de criança que tira nota baixa e quer esconder dos pais. Não adianta esconder que um dia aparece."

Lula disse ainda que essa não é uma crise dos pobres. "O calo é no pé dos ricos." Segundo ele, há 50 anos esses países se diziam infalíveis. Mas, conforme o petista, quando se permite vulnerabilidade nas operações financeiras o risco é de todos.

O presidente defendeu um novo padrão do sistema financeiro internacional, com mais regulação. "Não se pode permitir alguém financiar o que não tem."

Natal

Lula afirmou que a crise econômica não deve atrapalhar o Natal dos brasileiros. "O Brasil tomou uma vacina. [...] Se a crise chegar, será em proporções menores que nos Estados Unidos e Europa."

A avaliação do presidente é de que os fundamentos econômicos brasileiros devem imunizar o governo. Ele citou dados econômicos para justificar o otimismo.

Lula afirmou que o emprego continua em alta, as estatais seguem com capacidade de investimento e os programas prioritários do governo --obras do PAC e projetos sociais-- não sofreram nem devem sofrer qualquer corte. "Estamos acompanhando a crise econômica com lupa. E tenho fé que o Ano Novo será infinitamente melhor."

Mercosul

O presidente informou que pretende convocar uma reunião do Mercosul para discutir a crise financeira internacional. Ele disse que deve decidir a data do encontro nos próximos dias com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. "Acho que tem que fazer uma reunião", disse Lula.

Além disso, o petista defendeu a reformulação dos Bancos Centrais de todos os países. Ele disse que, antes mesmo da crise que está sendo vivida, chegou a defender isso junto a diversos chefes de Estado.

O presidente lembrou que sempre que o Brasil estava em crise, as vozes do sistema financeiro, que está quebrado, diziam que o país estava com desajuste na política fiscal. No entanto, o Banco Central, o sistema monetário brasileiro, está hoje estabilizado como poucas vezes esteve em toda a história do país, lembrou Lula.

Ele afirmou que os Bancos Centrais precisam rever a sua margem de alavancagem, que é sempre muito alta em face da realidade. "Ninguém pode negociar o que não tem e a movimentação de recursos de forma virtual, em que só se vende papel, é a causa da quebra financeira que ocorreu."





Fonte: Agência Brasil

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