GO: ginecologista suspeito de estupros é indiciado
O médico ginecologista João Batista Pinto, 47 anos, suspeito de estuprar três adolescentes e assediar ao menos outras cinco, todas com idade entre 12 e 14 anos, foi indiciado. Ele foi preso no dia 29 de setembro, enquanto clinicava no Hospital e Maternidade Vila Nova, em Goiânia. O inquérito foi entregue na tarde de ontem à Justiça.
As vítimas eram estudantes de uma escola pública estadual do Jardim Balneário Meia-Ponte, periferia da capital goiana. A delegada Adriana Accorsi, titular da Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente (DPCA), disse que foram ouvidas mais de 20 pessoas durante as investigações.
"Ficou comprovado que as crianças foram mesmo vítimas de assédio e estupro. As testemunhas que ouvimos da escola confirmam que de uns tempos para cá as meninas estavam mais tristes, quietas e apresentavam queda no desempenho escolar. As meninas também confirmaram o que houve e reconheceram o médico", disse.
Pinto, que responderá também por corrupção de menores e coação no curso do inquérito, pagaria entre R$ 50 e R$ 100 para fazer sexo com as meninas. Segundo o inquérito, as vítimas eram buscadas e deixadas quase sempre na rua aos fundos da escola. Uma menina de 12 anos de idade, que estuda no colégio, recebia R$ 20 para cada amiga que levasse ao médico.
"Ela também é uma vítima dele, pois foi assediada e molestada pelo médico", disse Adriana. Mesmo assim, o inquérito foi encaminhado para a Delegacia de Polícia de Atendimento a Adolescentes Infratores (Depai), onde a menina deve responder criminalmente.
Investigações
O caso começou a ser investigado no dia 18 de setembro, mas Pinto teria chegado a fugir de Goiânia quando soube do caso pela imprensa e pela menina que "agenciava" as colegas. Quando voltou, foi preso devido a um mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça de Goiânia.
Adriana pediu ao Ministério Público Estadual (MPE) para que os proprietários de dois motéis identificados pelas vítimas respondam criminalmente por conivência com o crime de violência contra as garotas. Os motéis, segundo a delegada, têm a obrigação de checar a idade de seus visitantes e impedir a entrada de crianças e adolescentes.
Além do testemunho das vítimas e de pessoas ligadas a elas, a polícia tem laudos periciais feitos pelo Instituto Médico Legal (IML) que comprovam que as seis meninas foram vítimas de estupro. Pinto se encontra detido em uma cela da Delegacia de Homicídios, único espaço em Goiânia para presos com curso superior. A pena total, caso seja condenado, pode chegar a 20 anos.
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