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"Coutinho me alertava sobre as armadilhas da política", diz Maggi
Ex-governador de Mato Grosso, o senador Blairo Maggi (PR) lamentou nesta sexta-feira (14) – em discurso na tribuna do Senado – a morte do jornalista Marcos Coutinho (fundador e diretor do grupo Olhar Direto) na madrugada do último domingo (9), em Cuiabá. Em Portugal até o início desta semana, Maggi não compareceu ao velório e ao enterro.
“Quando me candidatei ao governo estadual em 2002, Coutinho esteve sempre pronto a me auxiliar, alertar, sugerir, criticar e elogiar. E foi assim nos oito anos em que fui governador e nos dois anos no Senado. Ele sempre me alertava sobre as armadilhas da política e fazia chegar aos meus ouvidos os ruídos dos corredores do Palácio Paiaguás. Mato Grosso perdeu um grande jornalista e eu, um ótimo amigo”, disse Maggi, no discurso.
Maggi observou ainda que “Coutinho era jornalista em tempo integral, alimentava-se de jornalismo e estava sempre em busca das notícias, de grandes reportagens e de furos, mas sem passar por cima das pessoas e sem deixar de lado os amigos”.
Formado em jornalismo pela Universidade Metodista de São Paulo e apaixonado por música, Coutinho sofreu uma parada cardiorrespiratória aos 47 anos. Deixou a mãe Zildinete Coutinho, a mulher Izabel Manfrin Coutinho e três filhos. “Mato Grosso perdeu um ícone do jornalismo. Apaixonado pela profissão, Coutinho primava pela qualidade dos seus textos e os dos profissionais que o circundavam”, acrescentou Maggi.
O senador ainda citou que Coutinho, de família tradicional cuiabana, era um jornalista considerado polêmico no estado. Ressaltou o empreendedorismo do jornalista, com a fundação do site Olhar Direto no início dos anos 2000 e a criação da sucursal do veículo em Brasília (DF) há três anos. “Isso o transformou em mais um parlamentar de Mato Grosso, pelo menos no que se refere ao deslocamento de Cuiabá para Brasília e vice-versa”, disse Maggi, considerando que, em geral, Coutinho vinha à capital federal semanalmente.
“Ele (Coutinho) estava sempre acompanhando os congressistas mato-grossenses, distribuindo observações, conselhos ou críticas”, declarou Maggi, destacando a transformação do Olhar Direto em um portal de notícias e a criação do Olhar Jurídico, Olhar Conceito, Olhar Copa e Agro Olhar e, consequentemente, a geração de empregos.
“Sempre agitado, Coutinho entrava em uma sala, rapidamente examinava tudo e selecionava o que lhe interessava, sem nunca se fazer de rogado para usar as informações obtidas. Ele dizia ‘deixa de ser bobó cheira-cheira’, em bom cuiabanês, quando queria alertar um amigo de que estava dando bobeira”, disse Maggi.
O parlamentar afirmou que o legado ao jornalismo mato-grossense e grandes histórias deixados por Coutinho dão conforto neste momento. “Vou sentir saudade das histórias (contadas por Coutinho), nos jantares às quartas-feiras em meu apartamento aqui em Brasília. Coutinho era humano com defeitos e qualidades, mas o que o distinguia era sua personalidade única, generosa, espontânea e colérica”, concluiu Maggi.
Presidindo a sessão, o senador Ruben Figueiró (PSDB-MS) se solidarizou com Maggi: “conforme as palavras do senador Maggi, o jornalista atuava em busca da verdade e merece o respeito do Senado”.
Fonte:
Olhar Direto
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