Crise deixa crédito mais restrito e mais caro no Brasil
As instituições financeiras ficaram muito mais rígidas na segunda-feira (6) para liberar os créditos de desconto de duplicatas, o que fez praticamente secar as linhas de financiamentos para companhias que não são consideradas de primeira linha, segundo os critérios de classificação de risco seguidos pelos bancos.
A concessão de empréstimos ao consumidor também está mais seletiva, com taxas maiores e prazos menores. Na segunda-feira, a deterioração do cenário desencadeou uma série de rumores de que os grandes bancos teriam fechado suas linhas de crédito ao consumo. A informação foi desmentida categoricamente pelas instituições e considerada sem fundamento. O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, disse que vai conferir o rumor.
Aperto
De qualquer forma, as condições para os consumidores estão mais apertadas. "Com a redução da liquidez, os bancos começam a escolher para quem dar crédito", disse o presidente da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), Adalberto Savioli.
"Hoje não se financia 100% de um bem. O prazo está mais curto e as taxas, 3% mais caras." O mesmo foi relatado pelo presidente da Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef), Luiz Montenegro. Segundo ele, já há exigência de entrada de 10% a 30% para a compra de um carro.
Nas linhas para pessoa jurídica, o tranco no crédito foi sentido especialmente por empresas de varejo que precisam de recursos para financiar o consumidor e indústrias que não apresentam bons indicadores de endividamento em relação ao patrimônio líquido. Para as empresas tidas como muito seguras, há dinheiro para capital de giro, só que a um custo muito mais elevado.
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